Para muita gente, hipnose é coisa de charlatão. Mas
a técnica, reconhecida pelo Conselho Federal de
Medicina (Parecer nº 42/1999), é aplicada por
médicos, psicólogos e dentistas como terapia
complementar para ajudar pacientes a vencer o
tabagismo, a dor crônica e o medo patológico, entre
outros problemas.
Pacientes com claustrofobia podem precisar de sedação para serem submetidos a exame de ressonância magnética…
Um pequeno estudo conduzido no Hospital São
Camilo, em São Paulo, mostra que a hipnose pode
ser útil para pacientes que sofrem de claustrofobia
(http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2010/02/05/5-
coisas-que-voce-deve-saber-sobre-fobia/) (aversão a
ambientes fechados, como elevadores) e precisam
ser submetidos a exames de ressonância magnética
(http://saude.hsw.uol.com.br/ressonanciamagnetica.
htm). Quem já passou pelo procedimento
sabe o quanto é desagradável: é preciso ficar imóvel
e o barulho é forte.
De acordo com o cardiologista Luiz Velloso, do Grupo de Hipniatria e Hipnoterapia
do hospital, cerca de 5% dos pacientes que precisam passar pelo exame
simplesmente não conseguem entrar no equipamento. “A pessoa não para de se
mexer, ou pede para sair”, conta.
Quando o medo torna o exame inviável, é preciso remarcar o procedimento e fazêlo
com sedativo, o que possui desvantagens: “No caso da ressonância cardíaca, por
exemplo, é preciso pedir para o paciente interromper a respiração algumas vezes, o
que não dá para fazer quando ele está sedado”. Além disso, a exigência do
anestesista aumenta o prazo para marcação do exame, e o paciente precisa estar
em jejum e acompanhado. Por tudo isso, surgiu a ideia de se utilizar a hipnose,
técnica que o cardiologista aprendeu quando ainda era estudante.
Dos 20 pacientes que precisavam fazer o exame e não tinham conseguido em
ocasiões anteriores, 18 foram suscetíveis à hipnose. Dois não compareceram e, ao
todo, 15 completaram o exame em transe hipnótico, sem precisar de sedação, o
que representou 93,8% de sucesso. O estudo foi publicado na revista “Radiologia
Brasileira”, do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.
Consciência
Diferente do que se vê em filmes e circos, o transe não é um estado em que a
pessoa fica insconsciente e totalmente vulnerável aos comandos do hipnólogo.
“Você não consegue hipnotizar alguém que não queira”, explica Velloso, que
compara a técnica a práticas meditativas.
21/06/2018 Hipnose ajuda pacientes com medo de fazer exame de ressonância magnética – Notícias – Ciência
https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2010/07/27/hipnose-ajuda-pacientes-com-medo-de-fazer-exame-de-ressonancia-magn… 2/2
Inicialmente, o paciente hipnotizado é convidado a imaginar que está em um
ambiente relaxante e, então, o profissional começa a usar o sugestionamento. Para
os pacientes que imaginavam estar em uma praia, por exemplo, o médico dizia que
o barulho do equipamento de ressonância era o som das ondas.
Para a tradutora Elaine Pereira, que participou do estudo, o barulho da máquina foi
associado a cachoeiras. “Eu fiquei consciente, mas é como se eu não estivesse lá”,
lembra. Como outros pacientes, ela achou que o exame tinha demorado cinco
minutos, quando na verdade chegou a quase uma hora.
No São Camilo, a hipnose também é utilizada em programas antitabagismo, no
tratamento da dor crônica e da náusea provocada pela quimioterapia. “Não substitui
remédios, não é milagroso, mas ajuda bastante”, garante. Também está em
andamento um novo estudo, desta vez para tratamento em câmara hiperbárica,
outro procedimento desagradável para quem não suporta ambientes fechados.
Autor: Tatiana Pronin
Fonte: https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2010/07/27/hipnose-ajuda-pacientes-com-medo-de-fazer-exame-de-ressonancia-magnetica.htm
Estudo científico: http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=923&idioma=Portugues
Paz com todos.
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