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Os benefícios da Hipnose durante a Gestação e o pós parto

Pregnant woman belly pregnancy girl

Não só as futuras mamães, mas os bebês também passam por diversos momentos de ansiedade e excitação durante a gravidez. As mulheres lidam ainda com outros sentimentos, tais quais o medo do parto e outros desconfortos físicos e emocionais. Sem contraindicações e indicada a todos esses casos, a hipnose (hipnoterapia) pode auxiliar (e muito) as gestantes a criar e desenvolver atitudes mais saudáveis, que provoquem bem-estar. Por meio da hipnoterapia, conseguimos melhorar muito a qualidade de vida do bebê e da gestante.

Indicada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como prática complementar, a Hipnose, bastante difundida na Europa, tem sido cada vez mais procurada no Brasil como aliada à gestação, parto e puerpério. A eficácia da Hipnose nesse período, comprovada inclusive por estudos realizados na Inglaterra e Austrália, levou a família real a optar pela hipnoterapia para amenizar os fortes enjoos (Hiperêmese Gravídica) que a duquesa de Cambridge, Kate Middleton, sentiu na sua primeira gravidez. Mas os benefícios são muito mais abrangentes e a hipnoterapia pode ajudar em diversos casos:

  • Disciplinar a alimentação da gestante, evitando ganho excessivo de peso;
  • Aliviar dores lombares e urgência miccional;
  • Promover analgesia durante o parto, relaxamento muscular e tranquilidade (parto sem dor);
  • Diminuir ou eliminar a insônia;
  • Trabalhar medos, fobias e fantasias durante a gravidez;
  • Fazer profilaxia da DHEG (doença hipertensiva específica da gestação);
  • Diminuir a incidência de distócias e outras complicações;
  • Fazer profilaxia da depressão pós-parto ou mesmo da maternity blues (tristeza materna);
  • Estimular a lactação.

Com a chegada da gravidez, são inúmeros, e muitas vezes contraditórios, os sentimentos das gestantes. Alguns são tão confusos que elas não se permitem dividir com ninguém com medo de não serem compreendidas ou serem mal interpretadas. Surgem dúvidas e medos em relação a sua competência em cuidar do bebê e ao mesmo tempo, gerir a sua vida. Durante o pré-natal, é realizada inicialmente uma avaliação inicial para identificar as áreas da vida pessoal da futura mamãe, suas crenças a respeito da gravidez e nível de ansiedade. Já durante a gestação, as consultas de hipnoterapia ocorrem uma vez por semana e aos poucos, a própria paciente aprende a auto hipnose para treinar e realizar na hora do parto a fim de relaxar e diminuir a ansiedade.

Cuidar de seu equilíbrio emocional é tão primordial quanto os cuidados com a alimentação e saúde.

É no pré-natal que a relação entre o bebê e sua mãe começa a ser estruturada.

Autor:

fonte: http://vivabemavida.com.br/saude-e-bem-estar/os-beneficios-da-hipnose-durante-a-gestacao-e-o-pos-parto/

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Hipnoterapeuta ensina 10 dicas para os pais fazerem a criança obedecer

Nem sempre é fácil convencer uma criança a realizar pequenas tarefas, principalmente as mais urgentes. Por isso, a conversa em torno de pedidos aparentemente simples, como vestir o uniforme, guardar os brinquedos ou fazer a lição de casa pode se tornar bastante cansativa.

Para a hipnoterapeuta Alicia Eaton, autora de “Palavras que Funcionam: Como Conseguir que as Crianças Obedeçam a Quase Tudo” (em tradução livre do inglês), isso acontece porque os pais não utilizam a linguagem correta ao se comunicarem com os filhos.

Em seu livro, ainda não publicado no Brasil, Alicia, que é especialista em PNL (Programação Neurolinguística), explica que as mesmas estratégias utilizadas para persuadir os adultos podem ser adaptadas para as crianças. E isso sem a necessidade de gritar, ameaçar ou conquistá-las com presentes.

A técnica consiste em modificar a postura e adotar um discurso mais assertivo, com foco em alternativas positivas para estimular a autonomia das crianças, fazendo com que se sintam capazes.

Em entrevista ao jornal britânico “Daily Mail”, a terapeuta ensinou dez truques que, segundo ela, todo pai deve experimentar. Confira.

1 – Enfatize o que deve ser feito

Frases como “não faça bagunça em seu quarto” ou “quantas vezes vou ter de falar para você não empurrar sua irmã?” são contraproducentes e acabam por gerar um círculo vicioso de reclamações. Para Alicia, a maioria dos pais não percebe que usa uma linguagem negativa ao conversar com os filhos e depois se surpreende por eles não fazerem o que pedem. A saída é transformar as frases usando uma linguagem positiva: “vamos deixar a sala arrumada e guardar os blocos de montar”, “os sapatos ficam na sapateira”, e “é bom nos aprontarmos logo para chegar à escola cedo hoje”.

2 – Crie a ilusão de que há escolha

Quando a criança tem tendência a ignorar o pedido dos pais, é preciso direcioná-la a realizar a tarefa oferecendo a impressão de que ela tem escolha. Em vez de dizer “vista-se logo para que possamos sair”, diga: “qual camiseta você prefere usar hoje, a vermelha ou a azul?”. Segundo a autora, isso pressupõe que ela já tenha concordado em se vestir, rompendo a barreira inicial que poderia levar a um impasse. Da mesma maneira, se há uma relutância em fazer a lição de casa, a sugestão é que os pais perguntem: “você prefere fazer a tarefa agora ou depois do lanche?”.

3 – Demonstre certeza de que será atendido

Segundo a hipnoterapeuta, a palavra “quando” tem a capacidade de passar a ideia de que algo, de fato, irá acontecer em breve. Ela sugere usar o termo em frases como: “quando você concluir a arrumação do seu quarto, iremos almoçar”, “quando terminar a lição de matemática, faremos um passeio no parque”, “quando colocar o uniforme, tomaremos café”.

4 – Crie uma conexão com seu filho

De acordo com Alicia, estabelecer uma conexão com as crianças por meio da linguagem pode ser uma ferramenta bastante eficaz para que elas realizem o que está sendo pedido. A ideia é criar reciprocidade, colocando-se no lugar do filho e permitindo que ele se também se enxergue no lugar dos pais. Isso pode ser conseguido por meio de expressões como: “assim como eu, você também sabe que é muito mais fácil fazer a lição se a mesa estiver organizada” ou “eu, como você, gosto de assistir à TV, mas agora é hora de dormir”. Validar os desejos e opiniões da criança faz com que ela tenha mais autoestima.

5. Agradeça antes mesmo de ser atendido

Estamos acostumados a agradecer somente após algo ser feito, mas Alicia propõe que o agradecimento dos adultos seja feito antes mesmo de a tarefa ser cumprida pelo filho. Para ela, a estratégia funciona porque, de maneira geral, as crianças gostam de agradar às pessoas, especialmente aos pais. Então, da próxima vez que pedir a seu filho que lave as mãos, vá para a mesa ou desligue a TV, agradeça ao fazer ao pedido: “por favor, desligue a TV agora, obrigada”.

6 – Explique os motivos

Os pais tendem a imaginar que os filhos irão compreender automaticamente a necessidade de realizar determinadas tarefas. Mas a ordem de prioridades das crianças, quase sempre, é inversa a dos adultos. É preciso, portanto, explicar os motivos com clareza: “você precisa almoçar agora porque tem dentista em seguida” ou “comer os vegetais é importante para ter saúde”.

7 – Comece as frases com palavras de atenção

Ao dizer: “escute”, “veja”, “pense” ou “preste atenção” antes de fazer um pedido, as chances de a criança ouvir são maiores. Isso porque essas palavras dão um peso maior ao que vai ser pedido: “escute, precisamos sair agora, senão perderemos o ônibus”. Ao mesmo tempo, é possível motivar a criança a realizar algo, dizendo: “pense como será boa a sensação de ter terminado a sua tarefa quando sairmos”.

8 – Transforme queixas em gatilhos para soluções

Algumas crianças têm o hábito de reclamar constantemente, mas é possível usar as queixas como ganchos para buscar soluções. Por exemplo, se a criança reclama que está com calor, Alicia indica apresentar opções para solucionar a questão: “o que faria você se sentir melhor: abrir a janela ou tirar a jaqueta?”. Quando a reclamação tem um tom bastante negativo como “odeio dividir meu quarto”, a especialista recomenda perguntar: “o que há de tão importante em ter um quarto só para você?”. Ao propor uma reflexão a respeito do assunto, muda-se o foco e se coloca um ponto final na queixa.

9 – Induza atitudes positivas

Há situações em que a criança fica apreensiva por algo que ainda não aconteceu. Nesses casos, Alicia recomenda mostrar que a preocupação aparece como alerta de que é preciso fazer algo para prevenir o problema e sugere focar na solução dizendo, por exemplo, “ficar preocupado com as provas é uma maneira de se lembrar da importância de estudar”.

10 – Ajude seu filho a parar de falar “não consigo”

É preciso mostrar ao filho que as dificuldades podem ser superadas com esforço. Diante de frases como: “não consigo fazer esses exercícios de matemática”, Alicia orienta lembrar outros desafios que já foram vencidos pela criança na escola, de maneira a ressaltar sua capacidade de aprendizado.

Autor: UOL – São Paulo

fonte: http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/listas/hipnoterapeuta-ensina-10-dicas-para-os-pais-fazerem-a-crianca-obedecer.htm?utm_content=kuku.io&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=kuku.io

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Hipnoterapia Funciona?

Embora muito se escute falar, pouco se sabe sobre a Hipnose e a Hipnoterapia.

Nesta série de vídeos o Hipnoterapeuta João Sobrinho vai esclarecer conceitos e desmistificar preconceitos, de forma clara, simples e prática.

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Hipnose é usada como terapia alternativa e livre de medicamentos

Técnica pode ser uma grande aliada no tratamento de medos, traumas e dores físicas

Nada de turbantes, pêndulos ou ilusionismo. A técnica disseminada pelo austríaco Sigmund Freud, no fim do século 19, já passou por espetáculos comandados por mágicos e palcos de circo, mas, nos últimos anos, voltou a ser seriamente empregada na área para a qual foi desenvolvida: a psicoterapia.
Reconhecida pela Sociedade Brasileira de Medicina Alternativa, a hipnose tem efeitos comprovados em tratamentos dos mais variados traumas e dores.
“Agimos em pacientes com angústias psicológicas e até dores físicas. É uma ciência, como os medicamentos químicos. Porém, muito mais saudável, porque usamos propriedades naturais do cérebro para causar esse resultado”, afirma o hipnólogo clínico, especialista em dor do Hospital das Clínicas de São Paulo, Fabio Puentes.
Segundo o psicoterapeuta Evandro Duarte, da Clínica da Hipnose de Santos, o maior trunfo da hipnoterapia é alcançar o inconsciente, normalmente inacessível. “Às vezes, a pessoa nem sabe explicar o trauma armazenado em algum ponto da mente. Com o paciente em transe, conseguimos acessar esse local e encontrar o problema”.


O que trata
A principal indicação da hipnose é no tratamento de ansiedade, depressão, estresse e síndrome do pânico.
“No transe somos capazes de entender o que causa aquela agitação ou desconforto. É como se adormecêssemos o consciente e despertássemos o inconsciente. Nesse estado, trazemos à tona memórias e sentimentos que, muitas vezes, não conseguiam ser tratados pelo consciente”, explica Duarte.
Em relação ao físico, Fábio Puentes afirma que qualquer dor pode ser anulada ou minimizada. “Muitas dores são fruto de somatização, ou de uma carga muito grande sobre aquele órgão. Como a hipnose atua no setor do cérebro responsável pela dopamina (que controla uma espécie de anestésico natural), conseguimos liberar essa sensação de alívio para o problema”.
O profissional afirma, porém, que doenças devem continuar sendo acompanhadas pelos respectivos especialistas. “Não podemos curar câncer, por exemplo. Não é assim que funciona. Podemos minimizar as dores causadas por ele, ou os efeitos colaterais da quimioterapia. O paciente jamais pode abandonar o tratamento, porque a dor está ali justamente dando um alerta de que algo está errado”.

Idade
Segundo Duarte, não existe uma idade específica para o paciente da hipnose. “O ideal, no entanto, é que haja um mínimo de foco no que estamos dizendo. Crianças normalmente são dispersas, por isso que menores de seis anos talvez tenham certa dificuldade de se concentrar”.
Para Puentes, a questão é encontrar uma forma de cativar o pequeno paciente. “Um caso que me lembro bem é de uma criança de cinco anos com leucemia. A quimioterapia lhe causava um sofrimento muito grande, por isso tentamos com a hipnose. Fizemos o menino acreditar que ele era um Power Ranger e que teria forças para suportar qualquer coisa. Foi assim que ele terminou o tratamento”.

Fins diversos
Procura-se a hipnose pela superação de algum trauma ou em busca de alívio. No caso da advogada Gabriella Vitucci Mello, de 27 anos, as sessões de hipnose ajudaram a encarar uma consulta odontológica.

“Por ser alérgica a remédios, sempre busquei terapias alternativas. Em 2010, já fazendo hipnose para tratar o estresse, teria de passar por um procedimento dentário. E fiquei muito tensa, porque não poderia usar anestesia. Foi quando minha terapeuta sugeriu”.
Por semanas, antes de enfrentar a cadeira do dentista, Gabriella recebia uma sessão de hipnose e era acompanhada, ainda em transe, por um parente até o consultório odontológico.
“Eu lembro de tudo, só me sentia muito sonolenta. E fazia questão de manter assim, porque era mais fácil tratar. Não é como se a dor sumisse completamente, mas dava uma sensação de dormência, e o procedimento ficava suportável”.
Tempos depois, voltou a usar a hipnose a fim de concentrar-se para estudar. “Ia prestar a prova da OAB e estudava o dia todo. Em determinado horário, estava desgastada e não conseguia mais me dedicar. Quando passava pela hipnose, aquela hora de transe me dava uma sensação de descanso profundo e acordava com as energias renovadas. Tenho certeza de que isso me ajudou muito na aprovação”.

Transe
“No transe, somos capazes de entender o que causa aquela agitação ou desconforto. É
como se adormecêssemos o consciente e despertássemos o inconsciente. Nesse
estado, trazemos à tona memórias e sentimos que, muitas vezes, não conseguiam ser
tratados pelo consciente”, explica o psicoterapeuta Evandro Duarte.

Ícone
Desde os 11 anos “hipnotizando pessoas, animais domésticos e selvagens de diferentes
espécies” (de acordo como site oficial), o uruguaio Fabio Puentes trabalha atualmente
no Instituto de Neurologia e Cirurgia de Trauma do Hospital de Clínicas FMUSP e
realiza cursos e palestras. Especialista em medo e dor, trabalha,
principalmente, com claustrofobia, amnésia por impacto, dor em membro fantasma, entre
outros. Na última terça-feira, o hipnólogo esteve na Universidade Santa Cecília
(Unisanta) para a Jornada Específica de Fisioterapia e, segundo a instituição, inicia as
tratativas para uma parceria num curso Lato Senso em Hipnose Clínica.

Como funciona
Puentes conta que a hipnose atua no Giro Anterior do Cíngulo (GAC), aglomerado de
fibras no cérebro que faz a comunicação entre o sistema límbico (controle emocional) e o
córtex (controle racional). “O GAC é onde se encontra a maior quantidade de neurônios
dopaminérgicos,responsáveis, entre outras coisas, pelas emoções e memórias.
Neles,temos à disposição a endorfina, hormônio que causa a sensação analgésica”.
Em outras palavras, o hipnólogo tem acesso à fonte de anestesia natural do corpo. E libera
de acordo coma necessidade. “É como uma bomba de morfina, só que completamente natural e saudável, sem efeitos colaterais”.

Por esse motivo, a hipnose tem sido implementada em grandes hospitais, paralelamente aos tratamentos. “Realizamos a sessão
conforme prescrição do médico. É uma forma de tratamento paralelo aos medicamentos”.

Autor: Isabel Franson

fonte: http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/saude/hipnose-e-usada-como-terapia-alternativa-e-livre-de-medicamentos/?cHash=be2583b0ee73f3e23b89c878975d2e33

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Dormir tem função antioxidante, aponta estudo…

As causas apontadas para a dificuldade de dormir são preocupações financeiras, uso de tecnologias como o celular na cama e estresse decorrente de questões de trabalho – A Hipnoterapia pode auxiliar grandemente no processo de recuperação da qualidade de sono.

Por que dormimos? Essa pergunta não encontra uma resposta muito clara na ciência pois, em termos evolutivos, parece umcontrassenso um animal ficar em repouso por tanto tempo, à mercê de predadores. Além disso, quando dorme, um ser humanoobviamente não obtém comida e acaba praticamente não interagindo com o meio ambiente.
Mas um novo estudo, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Columbia, de Nova York, e publicado nesta quinta-feirapela revista PLOS Biology, traz uma conclusão pertinente sobre a função do sono: dormir tem um efeito antioxidante no organismo.

Para chegar aos resultados, os cientistas utilizaram uma variedade mutante da drosófila, inseto mais conhecido como mosca-da-fruta,adaptada justamente para ter sono mais curto do que o normal – mantendo de modo intacto seus ritmos circadianos, no entanto. Eencontraram novas evidências de como a falta de sono traz efeitos negativos para a saúde.
A conclusão principal foi que a privação do sono faz com que os animais tenham uma sensibilidade maior ao estresse oxidativo agudo- ou seja, uma noite bem dormida tem propriedades antioxidantes.
Para os pesquisadores, o entendimento da relação entre dormir e o estresse oxidativo pode ser um passo importante na compreensãode doenças humanas modernas – de distúrbios do sono a doenças neurodegenerativas.
“A maior parte dos animais dorme. Os seres humanos dormem quase um terço de suas vidas. E ainda hoje as funções fundamentaisdo sono permanecem desconhecidas”, afirma a pesquisadora Vanessa Hill, do Departamento de Genética da Universidade deColumbia, uma das autoras do estudo. “Utilizamos a drosófila de sono curto para descobrir o papel do sono na resistência ao estresseoxidativo. E observamos que quanto mais aumentávamos o tempo de sono das moscas, maior era essa resistência.”
Estresse prejudica o sonoMas a análise não para por aí. Os pesquisadores descobriram que se trata de uma relação de mão dupla, ou seja, o estresse oxidativotambém interfere no sono. “Quando reduzimos o estresse oxidativo em neurônios das drosófilas selvagens, observamos que elasreduziam seu tempo de sono”, explica

É uma relação intrigante: o estresse oxidativo desencandeia o sono, que então age como antioxidante tanto para o corpo como para océrebro.
Estresse oxidativo é uma condição de quando o organismo apresenta um desequilíbrio entre a produção de reativos de oxigênio e suaremoção – por meio de sistemas enzimáticos ou não enzimáticos.
Em tese, todo organismo vivo precisa de um equilíbrio entre suas células. Perturbações desse sistema podem provocar a produção deperóxidos e radicais livres, o que acaba danificando os componentes celulares.
De acordo com os pesquisadores de Columbia, esse estresse oxidativo, resultado do excesso de radicais livres, pode levar a umadisfunção orgânica. “Se a função do sono é defender-se do estresse oxidativo, o aumento do sono deve aumentar a resistência aoestresse oxidativo”, afirma Hill.
A atual pesquisa, portanto, mostra que sono tem propriedades antioxidantes, evitando justamente esses danos. Nos seres humanos, oestresse oxidativo é apontado como fator de predisposição a um espectro de doenças como Alzheimer, Parkinson, Huntington eaterosclerose.

Obesidade e falta de sono
Em linhas gerais, o estudo indica que, se há uma correlação entre os distúrbios do sono e tais doenças, a perda de sono pode tornar
os indivíduos mais sensíveis ao estresse oxidativo e, consequentemente, às patologias. E o inverso também seria verdadeiro: orompimento patológico da resposta antioxidante levaria à perda do sono. Um ciclo vicioso.
“Em geral, mudanças nos hábitos de sono estão sempre relacionadas a mudanças no comportamento metabólico do armazenamentode energia”, pontua Hill. “Em humanos e ratos, por exemplo, observamos que fatores como a obesidade estão relacionados com aperda de sono.”
As drosófilas utilizadas no estudo foram acondicionadas em tubos plásticos e monitoradas por computadores durante todo um ciclo devida.

Sono ruim
De acordo com um levantamento realizado pela empresa Philips no início deste ano, 72% dos brasileiros sofrem de doençasrelacionados ao sono. A mesma pesquisa foi realizados em outros 12 países – a média da América Latina é de 75%, com osmexicanos em pior situação (88%) e os argentinos, em melhor (64%).
Os principais problemas relatados são insônia, ronco, apneia (respiração que para e volta durante o sono) e a narcolepsia (sono súbito e inconsolável).

Segundo a pesquisa, as causas apontadas para a dificuldade de dormir são preocupações financeiras, uso detecnologias como o celular na cama e estresse decorrente de questões de trabalho.
De acordo com o Instituto do Sono, de São Paulo, ter horários regulares para dormir é um primeiro passo para conseguir ter uma boanoite de sono. Os médicos especialistas da instituição também aconselham que as pessoas se deitem somente na hora de dormir,
justamente para não levar distrações para a cama. Álcool e café próximo ao horário de dormir são desaconselhados. Também érecomendável jantar moderadamente, e sempre no mesmo horário.

Autor: BBC news

fonte: https://vivabem.uol.com.br/noticias/bbc/2018/07/12/dormir-tem-funcao-antioxidante-aponta-estudo.htm

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Síndrome do pânico na hora de realizar exames

Claustrofobia e medo inviabilizam a realização de diversos procedimentos médicos. Conheça alternativas para contornar o problema

O aparelho de ressonância está no topo da lista da síndrome do pânico em exames
Getty Images

O aparelho de ressonância está no topo da lista da síndrome do pânico em exames

As mãos suam, o calafrio é constante. Em menos de 10 minutos, o coração bate acelerado e descompassado. O estômago revira, falta ar, dá desespero. Os sintomas típicos de pânico, para algumas pessoas, têm data, hora e local certo para ocorrer. Máquinas modernas de tomografia, ressonância magnética ou agulhas finas são responsáveis por desencadear medo, descontrole e inviabilizar a realização de exames.

Embora a tecnologia caminhe a favor da medicina, segundo especialistas, a síndrome do pânico para a realização de exames é comum e acomete 5% dos pacientes. A ressonância magnética encabeça a lista dos aparelhos mais temerosos. Na avaliação de Marcos Menezes, radiologista e coordenador ambulatório de imagens do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), o barulho da máquina, o formato – uma espécie de túnel – e a necessidade do paciente de manter-se imóvel estimulam o pânico em pessoas claustrofóbicas.

O Icesp se esforça para contornar o problema e evitar a sedação. Além da decoração da sala, o hospital oferece um fone de ouvido que pode ser utilizado durante o exame. “Tentamos ao máximo não anestesiar. A sedação exige a presença de um anestesista, preparo e acompanhamento do paciente. Os riscos são controláveis, mas reações podem ocorrer.”

Em média, os hospitais e laboratórios realizam no máximo cinco ressonâncias magnéticas com anestesia geral por semana. O agendamento também tende a ser mais demorado. “O paciente precisa ficar em recuperação após o exame. Não há local que comporte leitos para que esse tipo de procedimento seja realizado com uma freqüência maior.”

O medo da dor

Aparelhos robustos, que limitam o movimento, não assustam menos que agulhas finas, usadas para realizar exames de punção. A diferença, segundo o radiologista do Icesp, é o tempo de duração. “Não tem sentido sedar um paciente para realizar o líquor, por exemplo. A picada é dolorida, mas o procedimento é rápido.” Nesses casos, o especialista explica que há um trabalho psicológico intenso para acalmar e tentar diminuir a ansiedade do paciente. “Muitos pacientes choram, ficam nervosos. O medo do resultado também se mistura com o receio do exame. Quando o caso é muito extremo, sugerimos o uso de anestésicos utópicos.”

Para domar a fobia é preciso entender a espiral desse processo. O organismo reflete aos estímulos provocados pelo cérebro. Os pensamentos despertam e retroalimentam a ansiedade, provocando os sintomas do pânico, ensina Antônio Hélio Guerra Vieira filho, psicanalista do Hospital Sírio Libanês. Segundo ele, técnicas de terapia comportamental estabilizam a ansiedade e minimizam a carga dramática que o paciente dá a uma determinada situação.

“Há estudos que comprovam a capacidade e os efeitos de exercícios com palavras. É possível mexer com o funcionamento cerebral, principalmente no sistema límbico – ligado as fobias. Os pensamentos geram ansiedade, e é também com eles que a controlamos.”

Nesses casos, pondera o psicanalista, um acompanhamento de dois meses, com duas sessões semanais, é capaz de trabalhar o enfrentamento do problema e o controle da fobia. O processo parece simples: a cada consulta, o médico busca aproximar o objeto ou a situação de risco do paciente, controlando os níveis de ansiedade.

Tal técnica é recomendada àqueles que percebem, face à realização dos exames, a dificuldade de lidar com determinados medos. Guerra comenta que algumas fobias são genéticas. O medo de sangue e seringas, ou heritrofobia, uma vez constatado na família, passa a ser presente em outras gerações.

Hipnose

Induzir pensamentos positivos, que transmitam conforto e tranqüilidade, é um dos princípios da hipnose. A técnica tem sido usada pelo Hospital São Camilo, em São Paulo, para tratar náusea e dor crônica, provocadas pela quimioterapia, auxiliar pacientes em tratamento na câmara hiperbárica e realizar exames de imagem como a ressonância magnética.

Falando baixinho, pausadamente, com um tom suave e desenhando verbalmente a idéia de uma praia, cachoeira ou um belo jardim, o cardiologista Luiz Velloso mantém seus pacientes em uma espécie de transe durante o tempo necessário para a realização dos exames.

Há relatos de hipnose desde o Egito antigo. A estratégia ganhou popularidade e perdeu credibilidade ao ser apresentada em espetáculos circenses no século 20. Incorporada à medicina, a técnica não tem contra-indicação tampouco riscos, mas nem todas as pessoas são suscetíveis a ela. Segundo o especialista, 10% da população não conseguem ser hipnotizadas.

“A hipnose é a indução de uma convicção. Sugestionamos uma sensação de paz. Aquele que está disposto, sente o que foi sugerido. É preciso ética, confiança do médico e vontade. Se o paciente tem alguma doença cardíaca grave, a técnica não deprime a respiração, não acelera o coração. É muito segura. O único risco é não dar certo.”

O cardiologista explica que o método leva ao chamado de estado crepuscular. O paciente não dorme, fica consciente, mas não está totalmente acordado. “Do ponto de vista do organismo, é muito parecido ao sono”, esclarece.

Para a ressonância magnética, o procedimento já é usado há dois anos pelo Hospital, na unidade da Pompéia, na zona oeste da capital paulista. O especialista revela que, nesses casos, o sucesso é de 90%. “A maioria dos pacientes gosta e aprende a meditar. A hipnose é uma forma de meditação.”

Os resultados são ainda mais animadores quando é necessário o uso da câmara hiperbárica. O equipamento não permite sedação e é uma espécie de cápsula de oxigênio. É utilizado para tratar infecções bacterianas graves. O paciente recebe doses diárias de oxigênio puro dentro da máquina.

“Antes de usarmos a hipnose, os claustrofóbicos não tinham acesso a esse tratamento. A câmara é toda fechada, pequena, assustadora para quem tem fobia.”

Desde janeiro deste ano, o método tem sido feito no equipamento e, de acordo com o cardiologista, o resultado é fantástico: “Conseguimos sucesso em todos os pacientes.”

Autor:Lívia Machado

Fonte: Saúde – iG @ http://saude.ig.com.br/bemestar/sindrome-do-panico-na-hora-de-realizar-exames/n1237736898475.html

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Tratamentos de saúde realizados com hipnose

Hipnose é coisa séria. Por muito tempo não foi. Atração de circo no passado, agora é oferecida em clínicas. A situação começou a mudar no fim dos anos 1990, quando exames de tomografia comprovaram o efeito que a prática exerce no cérebro. Hoje está estabelecido que o método consiste em um estado mental de alta atenção, que permite ao paciente trabalhar uma série de problemas. Clínicas e hospitais particulares de São Paulo oferecem o serviço como parte do tratamento para diversas questões. Instituições públicas, como o Hospital das Clínicas e o Instituto do Câncer, só o fazem com recomendação de seu próprio corpo clínico. “Associada a outros métodos de tratamento, a hipnose aumenta muito a rapidez e a qualidade da terapia”, diz o psicólogo Guilherme Raggi, que pesquisa o assunto no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. “É possível confiar nas clínicas particulares em que o profissional não vende a hipnose como uma solução fácil”. Veja alguns tratamentos oferecidos na capital.

Tabagismo

Ao baixar a guarda, o paciente permite que o terapeuta crie novas conexões mentais, que substituem a sensação positiva atrelada ao cigarro pelo prazer em algum alimento saudável. Depois de alguns meses de terapia, o fumante deixa de sentir a necessidade do cigarro.

Dores crônicas

As pessoas sentem a dor em níveis diferentes: as mais sensíveis, ou em tratamentos dolorosos, podem interromper algumas conexões neuronais e, com isso, reduzir a sensação ruim. A mesma técnica ajuda a diminuir a náusea que se segue às sessões de quimioterapia.

Distúrbios alimentares

Criada no Rio Grande do Sul e disponível em São Paulo, uma forma curiosa de hipnose ajuda nos casos de compulsão alimentar: o paciente é convencido de que um balão imaginário foi colocado em seu estômago. Com isso, a saciedade vem mais rápido e o apetite diminui.

Depressão

Depois de uma consulta de avaliação, que costuma demorar até duas horas, o profissional identifica o perfil psicológico do paciente e seu nível de hipnose (quase todas as pessoas são hipnotizáveis, mas em graus diferentes). A partir daí, em sessões semanais, a questão é tratada

Dor de dente

Antes de ligar o famoso motorzinho, o dentista coloca o paciente em estado hipnótico. Induzido, o cliente não ouve os ruídos tão temidos. O profissional pode até trocar o ruído do obturador pelo som de uma cachoeira, por exemplo. Durante as cirurgias mais difíceis, a técnica reduz a sensação de dor.

Ansiedade

Um dos usos mais comuns da hipnose trata de crises de ansiedade, síndrome do pânico e fobias dos mais diversos gêneros. A técnica ajuda a pessoa a substituir o medo por sensações positivas e agradáveis. O pavor de aranha (ou a claustrofobia de entrar em elevador), por exemplo, pode se transformar numa leve sensação de expectativa.

Autor: Redação

Fonte: https://vejasp.abril.com.br/cidades/tratamentos-realizados-com-hipnose/

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Falando um pouco sobre Mitos e Medos da Hipnose

Embora muito se escute falar, pouco se sabe sobre a Hipnose e a Hipnoterapia.

Nesta série de vídeos o Hipnoterapeuta João Sobrinho vai esclarecer conceitos e desmistificar preconceitos, de forma clara, simples e prática.

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Terapia baseada em Regressão ajuda a resolver traumas

Voltar ao passado e resolver problemas que ficaram escondidos na memória. Mais que isso, acessar lembranças possivelmente experimentadas em outras vidas e trazê-las ao presente para superar traumas e bloqueios. Esse é o objetivo da chamada terapia de vivências passadas, uma técnica terapêutica que, através da hipnose, leva os pacientes a estados alterados da consciência que facilitam o acesso ao inconsciente profundo.

Celso Pacheco
”A técnica é embasada em fundamentos científicos e só pode ser utilizada por profissionais especializados”, ressalta o psicoterapeuta Cláudio Américo Sproesser

Utilizada desde o século XIX, a terapia desperta interesse e curiosidade e, de tempos em tempos, ganha a atenção da grande mídia através de filmes e novelas, como a nova atração que a Rede Globo começa a exibir amanhã. Em ”Amor Eterno Amor”, nova novela das 18 horas, uma das personagens será uma psicóloga especializada em regressão.
O tema, apesar de envolto em uma aura de mistério, ultrapassa o limite das crenças e não se associa à fé no espiritismo ou em reencarnação. ”A técnica é embasada em fundamentos científicos e só pode ser utilizada por profissionais especializados com formação em psicologia ou médicos que atuem na área de saúde mental”, explica o psicoterapeuta Cláudio Américo Sproesser, especializado na chamada terapia de vivências passadas e que, desde 1989, já realizou mais de 20 mil regressões em pacientes.
”A volta pode ser a um passado pretérito (na atual vida) ou remoto (passado indefinido). O objetivo é levar a pessoa a compreender o que a incomoda”, explica. Segundo ele, todos os seres humanos trazem sentimentos reprimidos. Durante a regressão, é possível acessar fatos traumáticos não resolvidos e reprimidos no inconsciente profundo, que afloram no consciente com liberação de conteúdo emocional. ”Volta-se ao momento em que ocorreu o trauma e, com a experiência de vida atual, o indivíduo torna-se capaz de compreender o fato e superá-lo.”
Diante dos problemas, o psicoterapeuta alerta que existem dois caminhos a serem tomados: lutar ou fugir. ”Quem foge guarda ressentimentos. Quando a pessoa entende que pode lutar, consegue superar”, acrescenta, lembrando que no processo terapêutico convencional alguns pacientes apresentam fuga, bloqueio ou resistência para falar sobre os traumas. ”Nesses casos, a regressão ajuda a liberar os sentimentos.”
O psicoterapeuta esclarece, também, que a terapia de vivências passadas não implica na crença em reencarnação. ”É um psicodrama. A pessoa volta e revive verdadeiramente uma situação traumática em um passado que não precisa ser definido”, diz. O importante é que o processo leve à catarse capaz de liberar emoções contidas. A experiência do psicoterapeuta indica que, nas regressões, a maioria das pessoas vivencia momentos da vida de indivíduos comuns. ”Nunca tive um paciente que tivesse sido rei ou rainha.”
A regressão requer muita responsabilidade do profissional, que precisa ter passado por especialização de dois anos para praticá-la. ”É indicada para pessoas que sofreram traumas, mas não pode ser utilizada em portadores de doenças psíquicas ou indivíduos com cardiopatias, hipertensão ou mulheres grávidas”, enfatiza.
Apesar de não haver limite de idade para se submeter à técnica, é preciso ter motivos que justifiquem. ”Não dá para fazer uma regressão apenas para satisfazer a curiosidade”, reforça. A terapia pode incluir mais de uma sessão, até porque a história da pessoa pode ter mais de uma situação traumática ao longo da vida.
Sproesser compara a terapia de vivências passadas a uma ”cirurgia intrapsíquica”. ”Isso significa que, após a sessão, é necessária uma ‘assepsia pós-cirúrgica’, ou seja, trazer o paciente à realidade e levá-lo a compreender o fato passado”, diz.

Autor: Carolina Avansini

Fonte:  https://www.folhadelondrina.com.br/reportagem/terapia-baseada-em-regressao-ajuda-a-resolver-traumas-793300.html

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Falando um pouco sobre Regressão

Embora muito se escute falar, pouco se sabe sobre a Hipnose e a Hipnoterapia.

Nesta série de vídeos o Hipnoterapeuta João Sobrinho vai esclarecer conceitos e desmistificar preconceitos, de forma clara, simples e prática.

Paz com todos.

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Hipnose ajuda pacientes com medo de fazer exame de ressonância magnética…

Para muita gente, hipnose é coisa de charlatão. Mas
a técnica, reconhecida pelo Conselho Federal de
Medicina (Parecer nº 42/1999), é aplicada por
médicos, psicólogos e dentistas como terapia
complementar para ajudar pacientes a vencer o
tabagismo, a dor crônica e o medo patológico, entre
outros problemas.

Pacientes com claustrofobia podem precisar de sedação para serem submetidos a exame de ressonância magnética

Pacientes com claustrofobia podem precisar de sedação para serem submetidos a exame de ressonância magnética…

Um pequeno estudo conduzido no Hospital São
Camilo, em São Paulo, mostra que a hipnose pode
ser útil para pacientes que sofrem de claustrofobia
(http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2010/02/05/5-
coisas-que-voce-deve-saber-sobre-fobia/) (aversão a
ambientes fechados, como elevadores) e precisam
ser submetidos a exames de ressonância magnética
(http://saude.hsw.uol.com.br/ressonanciamagnetica.
htm). Quem já passou pelo procedimento
sabe o quanto é desagradável: é preciso ficar imóvel
e o barulho é forte.
De acordo com o cardiologista Luiz Velloso, do Grupo de Hipniatria e Hipnoterapia
do hospital, cerca de 5% dos pacientes que precisam passar pelo exame
simplesmente não conseguem entrar no equipamento. “A pessoa não para de se
mexer, ou pede para sair”, conta.
Quando o medo torna o exame inviável, é preciso remarcar o procedimento e fazêlo
com sedativo, o que possui desvantagens: “No caso da ressonância cardíaca, por
exemplo, é preciso pedir para o paciente interromper a respiração algumas vezes, o
que não dá para fazer quando ele está sedado”. Além disso, a exigência do
anestesista aumenta o prazo para marcação do exame, e o paciente precisa estar
em jejum e acompanhado. Por tudo isso, surgiu a ideia de se utilizar a hipnose,
técnica que o cardiologista aprendeu quando ainda era estudante.
Dos 20 pacientes que precisavam fazer o exame e não tinham conseguido em
ocasiões anteriores, 18 foram suscetíveis à hipnose. Dois não compareceram e, ao
todo, 15 completaram o exame em transe hipnótico, sem precisar de sedação, o
que representou 93,8% de sucesso. O estudo foi publicado na revista “Radiologia
Brasileira”, do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.
Consciência
Diferente do que se vê em filmes e circos, o transe não é um estado em que a
pessoa fica insconsciente e totalmente vulnerável aos comandos do hipnólogo.
“Você não consegue hipnotizar alguém que não queira”, explica Velloso, que
compara a técnica a práticas meditativas.
21/06/2018 Hipnose ajuda pacientes com medo de fazer exame de ressonância magnética – Notícias – Ciência
https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2010/07/27/hipnose-ajuda-pacientes-com-medo-de-fazer-exame-de-ressonancia-magn… 2/2
Inicialmente, o paciente hipnotizado é convidado a imaginar que está em um
ambiente relaxante e, então, o profissional começa a usar o sugestionamento. Para
os pacientes que imaginavam estar em uma praia, por exemplo, o médico dizia que
o barulho do equipamento de ressonância era o som das ondas.
Para a tradutora Elaine Pereira, que participou do estudo, o barulho da máquina foi
associado a cachoeiras. “Eu fiquei consciente, mas é como se eu não estivesse lá”,
lembra. Como outros pacientes, ela achou que o exame tinha demorado cinco
minutos, quando na verdade chegou a quase uma hora.
No São Camilo, a hipnose também é utilizada em programas antitabagismo, no
tratamento da dor crônica e da náusea provocada pela quimioterapia. “Não substitui
remédios, não é milagroso, mas ajuda bastante”, garante. Também está em
andamento um novo estudo, desta vez para tratamento em câmara hiperbárica,
outro procedimento desagradável para quem não suporta ambientes fechados.

Autor: Tatiana Pronin

Fonte: https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2010/07/27/hipnose-ajuda-pacientes-com-medo-de-fazer-exame-de-ressonancia-magnetica.htm

Estudo científico:  http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=923&idioma=Portugues

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Saiba como a hipnose pode ajudar no tratamento da dependência química

Segundo o especialista, vontade do paciente de se curar é fundamental para o sucesso

Já aconteceu de você estar dirigindo com “os pensamentos lá longe” e, de repente, chegar em casa sem nem se lembrar do trajeto que fez com o carro? Pois trata-se de exemplo clássico de transe hipnótico. Diferentemente do que os enredos dos filmes de suspense sugerem, a hipnose é um processo natural e pode auxiliar no tratamento de doenças, enfermidades e até a dependência química.

Nos últimos anos, a hipnose passou a ser reconhecida como terapia auxiliar pelos conselhos de psicologia, medicina, odontologia e fisioterapia, e começou a ser praticada em hospitais e consultórios. O terapeuta Fabiano Amorim, hipnólogo habilitado pelo Instituto Brasileiro de Hipnologia e membro da Sociedade Ibero-Americana de Hipnose Condicionativa, explica como funciona o tratamento:

– A hipnose é um estado de atenção focalizada, em que a pessoa fica mais concentrada. Ela se desliga das percepções externas sem perder seu estado de vigília. Por meio de técnicas específicas, o hipnólogo faz com que alguns comandos fiquem gravados na mente do paciente, que servirão para que ele haja de forma diferente diante dos problemas que geraram o tratamento. Isso, com o passar do tempo, acaba se tornando um hábito, que, no tratamento, é sempre sugerido para algo saudável, como uma compensação ao cérebro – explica.

Saiba como ocorre a hipnose
Saiba mitos e verdades sobre a hipnose

No último ano, o terapeuta, que possui clínica em Florianópolis, tratou cerca de 15 casos de dependentes químicos. Ele acredita que 80% dos pacientes conseguiram se livrar das drogas.

– Tive um caso, por exemplo, de uma menina de 28 anos que começou a usar drogas com o namorado. Ela usava maconha, depois passou para cocaína. Quando terminou a faculdade e voltou para a casa dos pais, ela se deu conta de que estava dependente da droga e pediu ajuda para a mãe, que foi quem me procurou. Foi um tratamento muito simples, principalmente porque a menina queria acabar com o vício. Em apenas duas sessões, ela já havia parado de usar. Após cerca de seis meses, fizemos mais uma sessão que chamamos de “manutenção” e, mais de um ano depois disso, falei com ela e ela nunca mais havia utilizado droga alguma – conta.

Segundo o especialista, o tratamento utilizado dependerá do resultado de uma avaliação prévia do histórico do paciente.

– Existem inúmeras técnicas, eu trabalho com a Ericksoniana, e PNL que são muito voltadas para a sugestão. Funciona assim: por meio de algumas frases e comandos, você faz com que a pessoa haja de determinada forma diferente alterando seus hábitos. Trabalho também com a condicionativa, outra técnica em que você coloca a pessoa em repouso em um sofá ou um divã, então inicia um processo de relaxamento que vai faz com que a concentração dela vá para outro lugar vai pra outro lugar e ela não fica pensando no que você está falando. Assim, os comandos vão entrando na mente. Tenho obtido ótimos resultados com esse método.

Amorim ressalta ainda que a vontade do dependente em se curar é fundamental para o sucesso do tratamento. O ambiente em que a pessoa se encontra também é muito importante.

– Se ele (o dependente) fizer o tratamento e sair do ambiente que o leva ao uso de drogas, o resultado será ótimo. No entanto, se ele voltar para um círculo social com usuários de drogas ou tiver uma família com problemas, a possibilidade de ter recaídas é grande – afirma.

E, para quem tem medo de ficar hipnotizado para sempre ou revelar seus segredos durante uma sessão, o terapeuta garante:

– O hipnotizado sempre está consciente durante as sessões. Muitas vezes, ele sai lembrando de tudo aquilo que o hipnólogo falou. Como o estado dele é mais focado em uma determinada ação que a gente pede, essas frases têm efeito. Mas existe um estado de vigília que não vai deixar o paciente fazer alguma coisa que vá contra os seus princípios. A pessoa pode sair no momento em que ela quiser. O transe, mesmo que profundo, levará a um estado natural de sono fisiológico, que por sua vez será cessado quando ela assim o quiser ou chegue o momento natural de acordar.

Autor:

Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2015/05/saiba-como-a-hipnose-pode-ajudar-no-tratamento-da-dependencia-quimica-4760181.html

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Provando a Hipnose

Embora freqüentemente desacreditada como enganosa,a hipnose tem se mostrado um fenômeno verdadeiro e eficaz, com uma variedade de aplicações terapêuticas – especialmente no controle da dor.

“Você está ficando sonolenta. Muuuito sonolenta…” Um homem de colete balança seu relógio de bolso de um lado para outro diante do rosto de uma jovem em uma sala da era vitoriana. Ela fixa o olhar no relógio, seguindo o movimento pendular com os olhos. Momentos depois ela está afundada na cadeira, olhos fechados, respondendo às perguntas do hipnotizador como um zumbi.

Todo mundo já viu uma cena de hipnose como esta no cinema ou na televisão. De fato, basta dizer a palavra “hipnose” para muitos pensarem em relógios de bolso. Hoje, porém, é mais comum que o hipnotizador simplesmente peça a uma pessoa para fixar o olhar num objeto imóvel – como uma tachinha colorida numa parede branca – durante o “estágio de indução”, que em geral consiste em palavras suaves, que sugerem relaxamento e concentração.

Mas a hipnose é um fenômeno de fato verdadeiro? Em caso afirmativo, é útil para quê? Durante os últimos anos, os pesquisadores descobriram que indivíduos hipnotizados respondem de forma ativa às sugestões, ainda que às vezes percebam as mudanças radicais de pensamento e de comportamento que experimentam como se acontecessem “por si mesmas”. Durante a hipnose, é como se o cérebro suspendesse temporariamente as tentativas de validar a informação sensorial que recebe. Algumas pessoas são mais hipnotizáveis que outras, embora os cientistas ainda não saibam por quê. Não obstante, a hipnose está encontrando usos médicos no controle da dor crônica, no tratamento da ansiedade e em combinação com procedimentos hospitalares convencionais – na recuperação mais rápida de pacientes que sofreram cirurgias, por exemplo.

Apenas nos últimos 40 anos os cientistas tiveram acesso a instrumentos e métodos para separar os fatos sobre a hipnose das suposições exageradas. Mas o estudo dos fenômenos hipnóticos está hoje solidamente incorporado ao domínio da ciência cognitiva normal, com artigos sobre hipnose publicados em algumas das mais seletivas revistas científicas e médicas. É claro que espetáculos como a “hipnose encenada” com propósito de entretenimento não desapareceram. Mas os novos achados revelam como o poder da sugestão hipnótica pode, quando usado de maneira adequada, alterar processos cognitivos tão diversos quanto a memória e a percepção da dor.

Escalas de suscetibilidade
Para estudar qualquer fenômeno com propriedade, antes de mais nada os pesquisadores devem adotar um modo de medi-lo. No caso da hipnose, são adotadas as Escalas de Suscetibilidade Hipnótica de Stanford, concebidas no final da década de 50 pelos psicólogos André M. Weitzenhoffer e Ernest R. Hilgard, da Universidade Stanford, e ainda hoje usadas para determinar até que ponto um indivíduo responde à hipnose.Uma versão das escalas de Stanford, por exemplo, consiste em uma série de 12 atividades – como manter o braço da pessoa estendido ou inalar o conteúdo de uma garrafa – que testa a profundidade do estado hipnótico.No primeiro exemplo, os indivíduos são levados a acreditar que estão segurando uma bola muito pesada, e são “aprovados” se o seu braço se curva sob o peso imaginado. No segundo caso, as pessoas são induzidas a pensar que não têm o sentido do olfato, e um frasco de amônia é agitado sob seu nariz. Se elas não apresentam reação, são consideradas muito suscetíveis à hipnose.As escalas de Stanford variam de zero, para indivíduos que não respondem a nenhuma das sugestões hipnóticas, a 12, para aqueles que são sensíveis a todas elas. A maioria das pessoas alcança a pontuação média (entre 5 e 7); 95% da população obtêm uma pontuação de pelo menos 1.O que é hipnose
Baseados em estudos que usam as escalas de Stanford, pesquisadores com perspectivas teóricas muito diferentes hoje concordam com vários princípios fundamentais da hipnose. O primeiro deles é que a capacidade de uma pessoa para responder à hipnose é bastante estável durante a vida adulta. No talvez mais enfático exemplo disto, um estudo mostrou que, quando reavaliados, os indivíduos estudados por Hilgard obtiveram, aproximadamente, as mesmas pontuações nas escalas de Stanford que 10, 15 ou 25 anos antes. Estudos mostraram que a pontuação de um indivíduo nas escalas de Stanford permanece tão similar ao longo do tempo quanto o QI – se não mais. Além disso, há evidências de que a suscetibilidade à hipnose pode ter um componente hereditário: gêmeos idênticos têm maior probabilidade de obter pontuações parecidas nas escalas de Stanford do que gêmeos não-idênticos do mesmo sexo.

A suscetibilidade de uma pessoa à hipnose também permanece coerente a despeito das características do hipnotizador: o gênero, a idade e a experiência do hipnoterapeuta têm pouco ou nenhum efeito na capacidade de um indivíduo ser hipnotizado. Da mesma forma, o sucesso não depende de o indivíduo estar motivado ou ser especialmente propenso. Um indivíduo muito suscetível será hipnotizado mesmo sob uma variedade de condições experimentais e terapêuticas, ao passo que uma pessoa menos suscetível não será, apesar de seus sinceros esforços. (Atitudes e expectativas negativas podem, entretanto, interferir na hipnose.)

Outros estudos também mostraram que a capacidade de ser hipnotizado não está relacionada a características de personalidade como histeria, psicopatologia, credulidade, confiança, agressividade, submissão ou imaginação. Nem os indivíduos que são hipnotizáveis com facilidade são mais sensíveis do que os outros a influências sociais como questões ambíguas ou pressões do meio. Por outro lado, ser suscetível à hipnose está relacionado à capacidade de uma pessoa concentrar-se em atividades como ler, ouvir música ou sonhar acordado.

A grande capacidade de uma pessoa ser hipnotizada sem esforço poderia em parte ser determinada pela morfologia cerebral. Em 2004, James E. Horton, da Universidade da Virgínia, e Helen J. Crawford, do Instituto Politécnico da Virgínia, mostraram com imagens MRI (ressonância magnética) que o rostro do corpo caloso era 32% maior em indivíduos altamente hipnotizáveis do que em indivíduos não suscetíveis à hipnose. Essa região do cérebro é responsável pela atenção e por inibir estímulos indesejados.

Sob hipnose, os indivíduos não se comportam como autômatos passivos, mas como pessoas que solucionam problemas e que incorporam suas idéias morais e culturais ao próprio comportamento, enquanto permanecem bem sensíveis às expectativas do hipnotizador. Não obstante, o indivíduo não experimenta o comportamento sugerido pela hipnose como algo que é alcançado de forma ativa. Ao contrário, isto em geral é considerado como algo que não depende de esforço – simplesmente acontece. Pessoas que foram hipnotizadas dizem coisas como “Minha mão ficou pesada e abaixou sozinha”, ou “De repente, percebi que não sentia nenhuma dor”.

Muitos pesquisadores acreditam hoje que este tipo de desconexão é a essência da hipnose. Ao responder a uma sugestão, os indivíduos fazem movimentos sem consciência, não percebem a estimulação excessiva de dor ou esquecem por um certo tempo um fato conhecido. É claro que este tipo de coisa também acontece fora da hipnose – na vida cotidiana e em certas desordens psiquiátricas e neurológicas.

Usando a hipnose, os cientistas criam temporariamente, em laboratório, alucinações, compulsões, certos tipos de perda de memória, falsas recordações e ilusões, de forma que estes fenômenos possam ser estudados em um ambiente controlado.

O que a hipnose não é
Quanto mais os cientistas descobrem sobre a hipnose, mais encontram evidências que contrariam certas dúvidas sobre a técnica. Uma dessas hipóteses é a de que a hipnose seria motivada por uma imaginação vívida, mas isso não parece se verificar. Muitas pessoas imaginativas não são hipnotizáveis, e nenhuma relação entre as duas capacidades foi determinada.

A questão sobre a imaginação vem do fato de que muitas pessoas que são hipnotizáveis podem ser levadas impulsivamente a experimentar alucinações auditivas e visuais realistas. Mas um estudo que usa a tomografia de emissão de pósitrons (PET) – que também mede o metabolismo – mostrou que diferentes regiões do cérebro são ativadas quando um indivíduo imagina um som, mais do que quando tem uma alucinação sob hipnose.

Em 1998, Henry Szechtman e colegas, da Universidade McMaster, em Ontario, usaram as imagens PET para mapear a atividade do cérebro em indivíduos hipnotizados que, convidados a imaginar um cenário, experimentaram uma alucinação. Os pesquisadores observaram que a alucinação auditiva e o ato de imaginar um som são autogerados e que, como a audição real, uma alucinação é experimentada como se viesse de uma fonte externa. Através do monitoramento do fluxo sangüíneo nas áreas ativadas durante a audição e a alucinação auditiva, mas não durante a simples imaginação, os pesquisadores buscaram determinar em que lugar do cérebro um som proveniente da alucinação é erroneamente “registrado” como autêntico e originário do mundo exterior.

Szechtman e seus colegas mapearam a atividade cerebral de oito indivíduos muito hipnotizáveis que tinham sido pré-selecionados por sua capacidade de ter alucinações sob hipnose. Durante a sessão, os indivíduos estavam hipnotizados e deitados no PET scan com os olhos cobertos. A atividade cerebral foi monitorada de acordo com quatro condições: 1- em repouso; 2- enquanto ouviam uma gravação com uma voz dizendo “O homem não falava muito, mas quando o fazia era valioso ouvir o que ele tinha a dizer”; 3- enquanto imaginavam ouvir a voz novamente; e 4- durante a alucinação auditiva que eles experimentaram depois de serem induzidos a acreditar que a fita estava tocando mais uma vez, embora não estivesse.

Os testes mostraram que uma região do cérebro chamada córtex cingulado anterior direito mantinha-se igualmente ativa enquanto os voluntários tinham alucinação e enquanto ouviam de fato o estímulo. Em contraste, aquela área do cérebro não era ativada enquanto os indivíduos apenas imaginavam que ouviam o estímulo. De alguma maneira, a hipnose havia induzido esta área do cérebro a registrar a voz proveniente da alucinação como real.

Outra dúvida levantada pelos críticos da hipnose se refere à sua capacidade para neutralizar a dor. Os céticos argumentam que tal efeito é resultado de puro relaxamento ou de uma reação a placebo. Mas uma série de experiências negaram estas explicações. Em um clássico estudo de 1969, Thomas H. McGlashan e seus colegas da Universidade da Pensilvânia descobriram que, para pessoas pouco hipnotizáveis, a hipnose era tão eficaz na redução da dor quanto uma pílula de açúcar que havia sido apresentada a elas como um poderoso analgésico. Mas indivíduos altamente hipnotizáveis beneficiavam-se três vezes mais da hipnose do que do placebo. Em outro estudo, de 1976, Hilgard e sua colega de Stanford Éva I. Bányai observaram que certos indivíduos eram suscetíveis a sugestões hipnóticas tanto pedalando de forma intensa bicicletas ergométricas quanto em estado de repouso.

Em 1997, Pierre Rainville da Universidade de Montreal e seus colegas planejaram determinar quais estruturas cerebrais são responsáveis pelo alívio da dor durante a hipnose. Eles tentaram localizar as partes do cérebro associadas ao componente de sofrimento causado pela dor, como atividade distinta de seus aspectos sensoriais. Usando imagens PET, os cientistas descobriram que a hipnose reduziu a atividade do córtex cingulado anterior – uma área relacionada à dor – mas não afetou a atividade do córtex somato-sensorial, onde as sensações de dor são processadas.

Apesar dessas descobertas, os mecanismos subjacentes ao alívio hipnótico da dor ainda são pouco compreendidos. O modelo preferido pela maioria dos pesquisadores é que o efeito analgésico da hipnose ocorre em centros mais altos do cérebro, diferentes daqueles que são responsáveis por registrar a sensação de dor. Isto explicaria o fato de que a maioria das respostas autônomas que em geral acompanham a dor – como o aumento dos batimentos cardíacos – permanece quase inalterada pelas sugestões hipnóticas de analgesia.

Mas as pessoas não poderiam estar fingindo que haviam sido hipnotizadas? Dois estudos decisivos constradisseram tais suspeitas.
Numa experiência inteligente de 1971, intitulada o Hipnotizador Desaparecido, Frederick Evans e Martin T. Orne, da Universidade da Pensilvânia, compararam as reações de dois grupos de indivíduos: um composto por pessoas que eles sabiam ser de fato hipnotizáveis e outro formado por indivíduos que eles convocaram para simular o estado hipnótico. Um pesquisador que não sabia diferenciar os grupos conduzia o procedimento hipnótico habitual, que foi interrompido de repente por uma falta simulada de energia elétrica. Quando o pesquisador deixou a sala para investigar o que havia acontecido, os indivíduos que fingiam pararam de representar: abriram os olhos, observaram a sala e abandonaram a encenação. Os indivíduos hipnotizados de verdade, contudo, terminaram a hipnose aos poucos e com certa dificuldade.Os simuladores também tendem a exagerar o seu papel. Quando esses indivíduos são sugestionados a esquecer determinados aspectos da sessão de hipnose, seus esforços para não se lembrar são, às vezes, suspeitos e evasivos, por exemplo, ou eles descrevem experiências estranhas, que poucas vezes são relatadas por indivíduos realmente hipnotizados. Taru Mustonen, hoje na Escola de Medicina Odontológica de Harvard, e Harold S. Zamansky, da Universidade do Nordeste, em Boston, testaram aqueles que fingem usando testes tradicionais com detector de mentiras. Eles descobriram que quando indivíduos hipnotizados respondem às perguntas, suas reações fisiológicas em geral correspondem aos critérios de veracidade. Com os simuladores, ao contrário, isso não acontece.Hipnose e memória
Talvez nenhum outro aspecto tenha gerado mais controvérsia na hipnose do que a memória “recuperada.” A ciência cognitiva estabeleceu que as pessoas são razoavelmente capazes de discernir se um evento aconteceu de verdade ou se elas apenas o imaginaram. Mas sob certas circunstâncias, hesitamos. Podemos vir a acreditar (ou ser levados a acreditar) que alguma coisa nos aconteceu quando, de fato, não aconteceu. Um dos mecanismos-chave que as pessoas parecem usar para discernir a realidade da imaginação é a experiência do esforço. Ao que tudo indica, para codificar uma memória um “sinal” nos informa sobre a quantidade de esforço que despendemos: se o evento é marcado pelo uso intensivo de esforço mental, tendemos a interpretá-lo como algo que imaginamos. Se é marcado por um pequeno esforço mental, tendemos a interpretá-lo como algo que ocorreu. Uma vez que o “cartão de visita” da hipnose é a sensação da falta de esforço, entende-se por que as pessoas hipnotizadas podem confundir tão facilmente um evento imaginado com algo que aconteceu há muito tempo. Conseqüentemente, alguma coisa apenas imaginada pode se tornar um episódio inerente à nossa história de vida.Uma série de estudos analisa este efeito. Indivíduos hipnotizados com facilidade, por exemplo, podem ser levados a produzir narrativas detalhadas e emocionantes dos seus primeiros meses de vida, embora esses eventos não tenham de fato acontecido e embora os adultos não sejam capazes de lembrar dos primeiros anos de vida. Do mesmo modo, quando sugestionados a regressar à infância, indivíduos altamente hipnotizáveis se comportam como crianças, com freqüência tornam-se bastante emotivos e podem, mais tarde, insistir que reviveram mesmo a própria história. Mas pesquisas confirmam que estas respostas não são da infância verdadeira dos participantes – nem na fala, nem em padrões como comportamento, emoção, percepção, vocabulário ou pensamento.

Estes comportamentos não são mais infantis do que quando os adultos imitam as crianças. Em resumo, a hipnose não permite ao indivíduo transcender a natureza fundamental e as limitações da memória humana.

Ela não possibilita a alguém recuperar recordações de décadas ou a retraçar ou desfazer o desenvolvimento humano.

Quais os benefícios médicos da hipnose? Um comitê de avaliação dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, de 1996, considerou a hipnose uma intervenção efetiva para aliviar a dor do câncer e de outros estados crônicos. Estudos clínicos abrangentes também indicam que a hipnose pode reduzir a dor aguda experimentada por pacientes em tratamento de queimaduras, crianças que sofrem remoção de medula óssea e mulheres em trabalho de parto. Uma revisão de literatura publicada em um número especial do International Journal of Clinical and Experimental Hypnosis, por exemplo, relatou que sugestões hipnóticas aliviaram a dor de 75% dos 933 indivíduos participantes de 27 experiências diferentes. O efeito lenitivo da hipnose é, com freqüência substancial, e em alguns casos o grau de alívio iguala ou excede o obtido com morfina.

Mas a Sociedade de Hipnose Clínica e Experimental afirma que a hipnose não pode, e não deve, ser usada como único tratamento médico ou psicológico para qualquer problema. A razão para isso é o fato de que qualquer pessoa que leia instruções de modo correto pode aprender a hipnotizar alguém. Um indivíduo com um problema médico ou psicológico deve primeiro consultar um serviço de saúde qualificado para obter um diagnóstico. Só o médico é capaz de decidir com o paciente se a hipnose é indicada e, se for, como pode ser incorporada ao tratamento.

A hipnose pode intensificar a eficiência da psicoterapia em alguns casos.

Outra revisão de literatura que examinou os resultados de 18 estudos diferentes descobriu que os pacientes que se submeteram à terapia cognitiva comportamental associada à hipnose no tratamento da obesidade, insônia, ansiedade e hipertensão obtiveram melhoria superior aos 70% dos que receberam apenas a psicoterapia. Após a publicação destas descobertas, uma força-tarefa da Associação Americana de Psicologia validou a hipnose como um procedimento auxiliar no tratamento da obesidade. Mas a entidade ainda não se pronunciou no caso de outras desordens que têm um componente comportamental. Uso de drogas e alcoolismo não respondem bem à hipnose, e as evidências de que a hipnose ajude a parar de fumar são duvidosas.

Isto posto, há evidências fortes mas ainda não definitivas de que a hipnose possa ser um componente efetivo no tratamento mais amplo de outros problemas. A lista de possibilidades de tratamento por esse recurso inclui certos tipos de asma; algumas doenças dermatológicas, inclusive verrugas; problemas instestinais; hemofilia; e náusea causada por quimioterapia. O mecanismo pelo qual a hipnose alivia esses problemas é desconhecido, e as alegações de que ela aumenta a imunidade de modo relevante, do ponto de vista clínico, ainda não são substanciais.

Há mais de 30 anos, Hilgard dizia que tão logo o conhecimento sobre a hipnose se tornasse mais difundido na comunidade científica, um processo de “domesticação” aconteceria: pesquisadores usariam a técnica cada vez mais como uma ferramenta rotineira para estudar outros tópicos de interesse, como alucinação, dor e memória. Ele previu que, assim alicerçado na ciência, o uso clínico da hipnose se tornaria comum para alguns pacientes com certos problemas. Embora ainda não tenhamos chegado lá, a hipnose já percorreu um longo caminho desde o oscilante relógio de bolso.

Editores da Scientific American são hipnotizados

Equipe da revista americana passa por seção de hipnose e experimenta
imobilismo dos dedos e amnésia momentânea.

Os editores da Scientific American se orgulham do seu ceticismo em relação à pseudociência e da sua obstinação por pesquisas rigorosas.

Assim, em 2001, convidaram Michael R. Nash, da Universidade do Tennessee em Knoxville, e o psicólogo e pesquisador Grant Benham, para uma visita a Nova York, de modo que pudessem ver em primeira mão o que era a hipnose. Seis integrantes da equipe editorial da revista – três homens e três mulheres, nenhum dos quais havia sido hipnotizado antes – estavam dispostos a dar uma chance ao procedimento. O resultado surpreendeu a todos.

Nash e Benham montaram dois ambientes tranqüilos. Cada pesquisador hipnotizou três pessoas individualmente, gastando cerca de uma hora com cada uma delas. Eles aplicaram em cada voluntário as Escalas de Suscetibilidade Hipnótica de Stanford, que medem a sensibilidade de um indivíduo à hipnose, numa escala de zero a 12.

Uma das coisas mais surpreendentes sobre a experiência hipnótica foi a grande facilidade de provocá-la. Para induzir à hipnose, Nash e Benham apenas pediram aos editores para fixar o olhar num post-it amarelo na parede e falaram, com voz serena, como deviam se sentir relaxados e como seus olhos estavam cansados. “Todo o seu corpo está pesado – mais e mais pesado”, disseram, nas instruções de Stanford. “Você está começando a se sentir cansado – cansado e sonolento. Cada vez mais cansado e sonolento, suas pálpebras estão mais pesadas, cada vez mais cansadas e pesadas.” A voz suave prosseguiu por cerca de 15 minutos, após os quais cinco voluntários haviam fechado os olhos, sem que isso lhes tivesse sido diretamente solicitado.

As escalas de Stanford consistem em 12 diferentes atividades, como tentar afastar os dedos entrelaçados com força, sentir o braço elevado abaixar involuntariamente e ter a alucinação de ouvir uma mosca zumbindo. Das seis pessoas, uma marcou 8 pontos, uma 7, uma 6, duas pessoas marcaram 4 pontos e uma 3. (A pontuação de 0 a 4 corresponde a “pouco” hipnotizável; de 5 a 7, a “medianamente” hipnotizável; e de 8 a 12, a “altamente” hipnotizável.) Ninguém adivinhou com precisão o quão suscetível seria: alguns, que pensaram ser muito sugestionáveis, mostraram-se ser precariamente hipnotizáveis, enquanto outros que se julgavam casos difíceis ficaram surpresos ao ver os dois braços antes abertos se fechando sozinhos, ou a boca tão fechada que não podiam dizer o próprio nome.

Todos tiveram a sensação de “assistir” a si mesmos – o que às vezes foi bem divertido. “Eu queria dizer o meu nome, mas não conseguia mover a boca”, recordou um dos editores. Outro teve a impressão de que seus dedos estavam “imobilizados” durante o exercício de entrelaçar os dedos. “No início eles se moveram com facilidade, mas depois pareciam travados. Foi interessante ver como era tão difícil movimentá-los.”

Só uma pessoa experimentou a atividade número 12 das escalas de Stanford – a amnésia pós-hipnótica. Nesse exercício, o hipnotizador pede ao indivíduo para não se lembrar do que ocorreu durante a sessão. “Toda vez que tentava me lembrar”, disse o editor que teve esta sensação, “a única coisa que me ocorria era que eu não devia lembrar. Quando o dr. Benham disse que eu podia lembrar, tudo voltou numa enxurrada.”

Em geral, a experiência foi muito menos misteriosa do que se esperava. A sensação era como cair num suave cochilo depois de acordar pela manhã, enquanto você ainda está na cama. Todos os voluntários relataram que se sentiram menos hipnotizados em alguns momentos da sessão que em outros, como se viessem até a “superfície” por alguns instantes e, depois, mergulhassem de novo.

Todos da equipe concluíram que ver é acreditar quando se trata da hipnose. Ou talvez, ouvir é acreditar: “Eu sou a que ouviu – e esmagou – a mosca imaginária”.

Carol Ezzell Webb, ex-redatora de Scientific American
(7 pontos nas escalas de Stanford)

Para conhecer mais

Hypnosis for the seriously curious. Kenneth Bowers. W. W. Norton, 1983.

Contemporary hypnosis research. Erika Fromm e Michael R. Nash. Guilford Press, 1992.

Sociedade de Hipnose Clínica e Experimental (www.sceh.us).

Autor: Michael R. Nash e Grant Benham

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/provando_a_hipnose.html

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A medicina aprova a hipnose

Hospitais do Brasil e do Exterior usam o método no tratamento de sintomas de doenças como câncer, asma ou insônia

Primeiro foi a acupuntura. Agora, é a vez de a hipnose ser finalmente reconhecida e adotada pela medicina. O método começa a figurar entre o arsenal de recursos oferecidos por instituições de renome no mundo todo. É usado, por exemplo, no Memorial Sloan- Kettering Cancer Center e no M. D. Anderson Cancer Center, dois dos mais importantes centros de tratamento e pesquisa da doença, para diminuir efeitos colaterais da quimioterapia, como a fadiga e a dor. Também é utilizada no Hospital de Liège, na Bélgica, como opção de analgesia. No Brasil não é diferente. Já faz parte da rotina de serviços de primeira grandeza como o Hospital A. C. Camargo, de São Paulo, especializado na luta contra o câncer, e ganhou espaço no Hospital das Clínicas de São Paulo (HC/SP), a instituição que serve de escola para os estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). As indicações também são amplas.

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Só para citar algumas, além do câncer: dor crônica, transtorno do pânico, asma, tensão pré-menstrual, enxaqueca, analgesia em procedimentos dentários, alergias, problemas digestivos de fundo nervoso, fobias e insônia.

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Outro trabalho de resultado expressivo foi apresentado no congresso do Colégio Americano de Pneumologia, realizado no final do ano passado nos Estados Unidos. Coordenado por médicos do Massachusetts General Hospital, o estudo revelou que pacientes hospitalizados com doenças cardíacas submetidos a apenas uma sessão de hipnose tinham maiores chances de vencer a luta contra o tabagismo após seis meses do que aqueles que usavam adesivos para repor a nicotina. “Constatamos que a hipnoterapia está entre as melhores opções terapêuticas contra o cigarro”, afirmou Faysal Hasan, líder do trabalho. No Beth Israel Deaconess Medical Center e na Faculdade de Medicina de Harvard (EUA), pesquisadores constataram que a técnica tornou mais confortável e menos dolorosa a realização de biópsia de nódulos de mama. “A hipnose ajuda muito a diminuir o stress das mulheres que precisam passar por essa experiência”, disse Elvira Lang, professora de radiologia de Harvard. No Brasil, as pesquisas sobre os possíveis benefícios também começam a proliferar. Na Faculdade de Medicina da USP, campus de Ribeirão Preto, os médicos verificaram seu efeito como terapia auxiliar contra a dor de cabeça persistente. “Os resultados foram muito promissores. A hipnose pode ser um tratamento coadjuvante nesses casos”, afirma o neurologista José Geraldo Speciali, professor do departamento de neurologia da universidade.

Conclusões como essas estão motivando investigações mais profundas sobre os mecanismos pelos quais o método produz resultados. A explicação mais plausível obtida até agora é a de que a hipnose provoca modificações profundas no funcionamento do cérebro, alterações essas documentadas por exames de imagem precisos e sofisticados. Os achados derrubam por terra, de vez, a associação equivocada da técnica com algo místico, esotérico. Não é nada disso. Hoje, o conceito médico de hipnose é claro: trata-se de um estado alterado de consciência induzido por profissionais capacitados. Nesse estado, há mudanças nos padrões das ondas cerebrais e várias estruturas do órgão são ativadas com maior intensidade, em especial as relacionadas à memória e às emoções.

O objetivo é atingir um nível máximo de atenção para extrair da mente o que for preciso para ajudar no tratamento, aproveitando que as condições cerebrais obtidas deixam o paciente com maior abertura para ser sugestionado. “A pessoa desvia a atenção dos estímulos externos e a crítica diminui. Ela passa a entender e aceitar melhor as sugestões dadas pelo hipnólogo”, explica o médico Osmar Colás, coordenador do grupo de estudos de hipnose do departamento de psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Um trabalho muito interessante comprovou quanto os indivíduos de fato ficam abertos à sugestão, chegando a enganar o próprio cérebro nesse processo. O neuropsicólogo Stephen Kosslyn, da Universidade de Harvard, induziu voluntários hipnotizados a enxergarem cor em um painel totalmente cinza. Nos exames de imagem, verificou que as áreas cerebrais ativadas foram exatamente as acionadas para a percepção de cores variadas. “Isso prova que o cérebro se comporta de acordo com as sugestões”, afirmou o cientista à ISTOÉ.

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Contra as fobias, o mecanismo de mudança do entendimento é o mesmo. “Se a pessoa tem medo de avião, peço que se visualize em um aeroporto entrando na aeronave. Ela vivenciará esse momento de forma nítida e sem medo”, diz o psicólogo José Roberto Leite, da Unifesp. No caso de sua aplicação para tratar o stress pós-traumático, o objetivo é ajudar o indivíduo a modificar sua visão do evento responsável pelo trauma – um assalto, por exemplo. “Procuramos dar um novo significado ao que aconteceu, para que a sensação de medo ou ansiedade associada ao fato não apareça mais”, explica o médico Luiz Carlos Motta, presidente da Sociedade Brasileira de Hipnose e Hipniatria. O treinamento constante permite que o indivíduo aprenda a se autohipnotizar nos momentos necessários para superar as situações desencadeantes dos problemas.

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O momento atual da hipnose marca uma virada importante para uma ferramenta cuja história foi pontuada por altos e baixos. Um dos primeiros registros de sua utilização é na Antigüidade, pelos egípcios. No entanto, o olhar mais científico só começou no século 18, com pesquisas feitas pelo médico austríaco Franz Mesmer. No século seguinte, o inglês James Braid definiu o transe como um “estado de sono do sistema nervoso”. Por isso, cunhou o termo hipnose, que vem do grego Hypnos, o deus do sono. Posteriormente, porém, Braid se arrependeu da criação ao verificar que hipnose e sono são coisas diferentes. No século XX, o austríaco Sigmund Freud, o criador da psicanálise, usou o recurso no tratamento da histeria, mas o abandonou. O resgate da técnica só veio anos depois, na Primeira Guerra Mundial, como opção de analgesia durante cirurgias realizadas nos campos de batalha.

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Durante todos esses anos, entretanto, charlatões se apropriaram do método e o usaram como um rentável atrativo para shows em circos e programas de televisão. Infelizmente, para muita gente essa ainda é a idéia de hipnose. No entanto, basta conhecer um profissional sério e que usa a técnica com finalidade médica para esquecer a imagem caricata de um hipnotizador de aparência exótica, capaz de transformar seu paciente em um zumbi. Primeiro porque o pêndulo deixou de ser o instrumento preferido da maioria dos médicos. Hoje, grande parte das induções é feita por meio de relaxamento dirigido por palavras ou toque em pontos específicos da face, entre outras técnicas (usam-se ainda, é verdade, recursos como um pingente de cristal, nos casos em que o paciente responde bem a estímulos visuais). Outro equívoco é imaginar que qualquer um pode ser hipnotizado de uma hora para outra, mesmo contra sua vontade. “Pessoas muito sensíveis podem entrar no estado hipnótico sem perceber, mas é raro. Normalmente, quem não quer, resiste, e não entra em transe. Além disso, aquele que deseja sair do estado hipnótico pode demorar um pouco, mas consegue”, diz o médico Colás.

 

Autor: Cilene Pereira e Mônica Tarantino

Fonte: https://istoe.com.br/11418_A+MEDICINA+APROVA+A+HIPNOSE/

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Hipnoterapia: um aliado para superar traumas e doenças

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Todo mundo já ouviu falar em hipnose, ou, pelo menos, viu algum vídeo associado à prática em canais de entretenimento. Nesses casos, a técnica é relacionada ao misticismo e ao ilusionismo. Porém, a hipnoterapia é um assunto sério e pode ser uma grande aliada em questões ligadas à saúde. Aprenda em quais situações utilizá-la.

Em palavras simples, a hipnose é um estado de atenção extrema. Ou seja, um estado em que a mente é “desligada” de qualquer estímulo externo, podendo então ser induzida de acordo com estímulos dados pelo hipnotizador”
Fabiano Amorim, hipnólogo

Atualmente, a hipnose é reconhecida e recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como tratamento complementar a uma série de doenças e problemas de ordem física e emocional.
O hipnólogo Fabiano Amorim, habilitado pelo Instituto Brasileiro de Hipnologia, afirma que a prática é responsável por aliviar dores corporais, auxiliar nos relacionamentos interpessoais e, principalmente, tratar distúrbios emocionais como a depressão, a ansiedade e o medo.

Confira as aplicações mais comuns:

1/5Ansiedade – a terapia por hipnose pode apresentar resultados rápidos e surpreendentes, fazendo com que os pacientes reaprendam a lidar com os sentimentos ruins e tirem de suas mentes aquilo que afeta o seu dia a dia

2/5Depressão – com técnicas pontuais e assertivas, o hipnólogo é capaz de desenvolver um trabalho focado na inteligência emocional, trabalhando sentimentos ruins e devolvendo a qualidade de vida e a autoconfiança aos pacientes

3/5Tabagismo – a hipnose age de forma a diminuir a atividade crítica do cérebro, e, assim, pode-se inserir no inconsciente o desejo de largar o cigarro e ter uma vida saudável

4/5Emagrecimento – o hipnólogo pode agregar gatilhos emocionais que ajudem o paciente a gostar mais de alimentos saudáveis, a ter força de vontade para malhar, a pensar duas vezes antes de repetir, etc

5/5Insônia – durante as sessões, o hipnólogo consegue acessar o inconsciente do paciente, ajudando-o a encontrar alternativas para driblar os problemas e as tensões acumuladas

Como funciona a hipnose?
A hipnose pode ser aprendida e utilizada por qualquer pessoa bem preparada como uma ferramenta para induzir um estado no qual o indivíduo fique suscetível a mudanças e transformações. Por meio da prática, ganha-se acesso ao subconsciente da mente e às suas funções.

Rodrigo Henrique, 33 anos, é um hipnólogo de Brasília e faz trabalhos voluntários pelas ruas da cidade, hipnotizando pessoas que passam pelo local. Ele se autointitula um “guia”, que tem como objetivo levar, mediante comandos, o consciente do cérebro humano a controlar o inconsciente.

O profissional compareceu ao Metrópoles para demonstrar a técnica na prática. Segundo Rodrigo, tanto a hipnose clínica como a de entretenimento podem ser realizadas utilizando o mesmo método. A diferença é que, na clínica, o hipnólogo alcança níveis mais profundos no subconsciente, habilitando mudanças comportamentais e emocionais.

O que é hipnoterapia?
A hipnoterapia é uma forma de promover mudanças por meio do uso da hipnose.

Milhares de pessoas buscam alívio a suas aflições no procedimento após terem procurado soluções em várias outras formas de terapia disponíveis. Para alguns, a resistência ao método se deve à fama de a hipnose ainda estar associada – hoje muito menos – a um processo macabro ou negativo, de perda de controle, de lavagem cerebral ou de abuso da vontade alheia.

Alguns profissionais como psicólogos, médicos e fisioterapeutas aderiram à prática da hipnoterapia com o objetivo de auxiliar no processo de melhoria dos resultados em seus pacientes. O Conselho Federal de Odontologia (CFO) foi uma das primeiras entidades de classe a regulamentar a hipnose como ferramenta de seus profissionais. Os odontologistas utilizam a técnica para estimular a perda do medo e as fobias relacionadas aos procedimentos cirúrgicos.

Depoimento
Victor Santos, 27 anos, atualmente empresário, hipnoterapeuta e coach, foi diagnosticado com depressão há cinco anos. Ele perdeu o emprego, o contato com alguns amigos, além de gastar muito dinheiro nos consultórios médicos, bem como para fazer exames. Diante de tanta frustração com os métodos convencionais de cura, o rapaz resolveu pesquisar sobre outro tratamento e encontrou a hipnose.

“Após mais de 3 anos fazendo tratamentos convencionais, tomando vários remédios (já cheguei a tomar 6 comprimidos por dia), e com pouco resultado, algumas melhoras e muitas recaídas, por acaso encontrei a hipnose na internet”, detalhou. “Vi uma entrevista falando que a técnica ajudava pessoas com depressão, síndrome do pânico, ansiedade e outros problemas que afetam a mente humana, e fui à procura de um terapeuta”, relatou Victor.

O empresário encontrou Talles, profissional do Hipnose Institute, responsável pelo tratamento com a hipnoterapia. Segundo o paciente, após 1 mês e meio, e apenas quatro sessões, seus problemas foram superados e, assim, surgia uma nova paixão. Victor gostou tanto da técnica que resolveu estudar e tornou-se hipnoterapeuta, sendo o pioneiro de sua cidade.

Dúvidas e mitos
O hipnotizado pode perder a consciência?
Mito. Pelo fato de haver casos de transe profundo e, assim, ocorrer amnésia, muitas pessoas creem que estavam inconscientes, mas a verdade é que, mesmo nesses casos, o paciente fica consciente durante todo o processo, relata Fabiano Amorim.

O paciente pode ficar preso ao transe?
Não. O transe, mesmo que profundo, leva a um estado natural de sono fisiológico que será cessado quando o paciente quiser ou quando chegar o momento natural de acordar, afirma o hipnólogo.

Pode ocorrer a dependência ao uso da técnica?
Segundo o especialista, isso é um mito. Por se tratar de um processo natural, a necessidade de tratamento vai deixando de existir à medida que a pessoa começa a encontrar conforto para suas aflições.

A hipnose realiza milagres?
Não há milagres na hipnose. E somente com a total confiança do hipnotizado no hipnotizador é possível ocorrer o processo. Algumas pessoas chamam de fé, outras de pensamento positivo, e alguns dizem que basta querermos, mas por meio das técnicas de hipnose podemos chegar mais facilmente ao inconsciente e “moldá-lo” a hábitos saudáveis, garante o hipnoterapeuta Fabiano Amorim.

A técnica pode debilitar a mente?
Pelo contrário! A hipnose reabilita a energia do hipnotizado e suaviza os sentimentos, deixando a mente mais livre e leve. O hipnólogo salienta, ainda, que o processo possui técnicas de relaxamento que, por si só, já são uma importante ajuda mental.

 

Autor: Thayna Schuquel

Fonte: https://www.metropoles.com/brasil/saude-br/parece-magica-mas-nao-e-aprenda-a-romper-os-estereotipos-da-hipnose

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Dorme, dorme, dorme. É assim que funciona a hipnose? Cientistas explicam…

Você está com sono, com muito sono…e quando eu estalar os dedos. Calma. Será
que a hipnose funciona realmente assim?
Apesar do uso de hipnose ser comum em shows de TV e filmes místicos, ela é uma
ferramenta de diagnóstico e tratamento médico reconhecida pelo Conselho Federal
de Medicina desde a década de 1990.
Hipnose é um estado mental em que a atenção da pessoa fica concentrada e a
consciência reduzida, assim ela passa a ser mais suscetível a sugestões. Esse
estado hipnótico chamado de indução acontece após uma série de instruções
preliminares e sugestões. A hipnose funciona modulando a atividade em regiões do
cérebro associadas à atenção focada. As técnicas usadas em shows e na área
médica são semelhantes, mas em tratamentos ela é direcionada e envolve
sugestões mais aprofundadas e diretas. O uso é comum na odontologia, psicologia,
fisioterapia e terapia ocupacional, nestes campos ela chamada de hipnoterapia.

Hipnose de palco
Na TV e na internet, bastam alguns segundos para que o hipnotizador faça a
pessoa imitar uma galinha ou sair por aí pulando. Antes disso, é comum ele fazer
demonstrações com a plateia, como induzir as pessoas a ficarem com as mãos
coladas, isso na verdade são testes para determinar quem é mais suscetível à
hipnose e ajuda a escolher quem vai fazer a demonstração maior. Se você prestar
atenção vai perceber que algumas vezes, quando alguém é escolhido
aleatoriamente, essa pessoa é deixada para “depois”, isso porque provavelmente
trata-se de alguém que não entraria em transe profundo.

“Nos testes é usado uma linguagem hipnótica, com
voz monótona, constante e observando se a
pessoa está respondendo. A respiração é fundamental, no começo é mais agitada, quando a
pessoa está entrando em transe é mais profunda e lenta.“Márcia Mathias, presidente da Ahierj (Associação de Hipnose do Estado do Rio de Janeiro

De acordo com os especialistas, nesse ambiente entram em ação a pressão social
e um sentimento de cooperação com o hipnotizador.” Hipnose não é um poder
mágico. Ela se vale do nosso funcionamento psicológico e social normal para
funcionar. Em geral as pessoas ‘tentam ajudar inconscientemente’ para que o
procedimento dê certo”, explica o psicólogo Guilherme Raggi, pesquisador do tema
no Instituto de Psicologia da USP.
Na verdade, praticamos momentos de auto-hipnose diariamente quando nos
concentramos ao ponto de não perceber o tempo passar ou o que está
acontecendo a nossa volta, ou mesmo quando não escutamos alguém que está
próximo nos chamar.
Hipnotizar pode até ser fácil, mas nem todo mundo pode ser facilmente
hipnotizado. De acordo com um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade
de Stanford, publicado em 2012, a hipnose não está ligada a um traço de
personalidade, mas a diferenças nas reações do cérebro.
Usando ressonância magnética, os pesquisadores analisaram a atividade cerebral
de pessoas mais e menos suscetíveis a hipnose e descobriram que em pessoas
altamente hipnotizáveis as regiões cerebrais responsáveis por tomadas de decisões
e que definem se uma coisa é mais importante do que outra eram ativadas ao
mesmo tempo durante a sessão, enquanto nas menos suscetíveis havia pouca
conectividade entre essas áreas do cérebro.
“Muitas pessoas não são hipnotizáveis. A habilidade de entrar em transe hipnótico é
muito variável. São necessárias três coisas básicas: a pessoa precisa ser
neurologicamente normal, ser uma pessoa com boa capacidade de imaginação e
precisa haver vínculo de confiança no hipnotizador. Se a pessoa não acredita até dá
para hipnotizar, desde que ela se disponha a participar”, explica o obstetra Osmar
Ribeiro Colás, presidente da Associação Brasileira de Hipnose.
Por exemplo: uma pessoa induzida a acreditar que não tem olfato e não
apresentam reação quando um vidro de amônia é agitado próximo ao nariz, são
consideradas muito sugestionáveis. Os cientistas acreditam que entre 15 a 20% da
população sejam muito suscetíveis a hipnose, cerca de 10% não podem ser
hipnotizadas e as demais tem níveis variáveis.
Para o psicólogo Maurício da Silva Neubern, da UnB (Universidade de Brasília), o
processo hipnótico é a junção de dois elementos. Um processo comunicativo
específico e o estado de transe. “Nesse estado há uma alteração das referências
entre o “eu” e o mundo, que envolvem tempo, espaço, matéria, causa, outro e
corpo.
“A pessoa em transe pode estar de fora da cena e se ver nessa mesma cena (dois
lugares ao mesmo tempo); pode estar aqui na poltrona e se ver na infância (em dois
tempos e dois lugares); pode estar no consultório em transe e se sentir voando
(alteração do lugar e da materialidade). Quando essas alterações acontecem,
emergem processos filogenéticos (anestesias, dissociações, distorções de tempo,
analgesias) e culturais (símbolos, sonhos, seres) que, geralmente, ficam inibidos
durante a vigília. Essas experiências comumente possuem um grande potencial
terapêutico”, explica o especialista.

Engana-se quem pensa que a pessoa hipnotizada está inconsciente. Ela está com a
consciência alterada, o que diminui o senso crítico. Não é possível estalar os dedos
e transformar o hipnotizado em um assassino. “Toda pessoa possui senso moral,
mesmo no transe. Se ela aceita realizar qualquer ação, é com seu consentimento
interno. Mesmo que tenha amnésia, a pessoa não fica inconsciente. Portanto,
nenhuma técnica possui esse poder de controle e corrupção de valores”, explica
Neubern.
Isso significa que a pessoa não muda de personalidade. Se ela é sugestionada a
sentir calor não quer dizer que possa ser direcionada a ficar nua. Isso depende se
em seu estado normal de consciência ela ficaria também. “Não é que a pessoa
obedece ao hipnotizador, ela na verdade realiza o que o cérebro está entendendo.
Ela se comporta de acordo com a informação com o senso crítico reduzido, porque
ele nunca fica abolido por completo”, explica Colás.


Hipnose como terapia
Durante a sessão a região responsável por processar e memorizar emoções e
reações sociais perde a conexão com a área responsável pela consciência. O que
facilita o organismo a acatar as sugestões do hipnotizador.
Em um caso de hipnose usada para tratamento de um trauma psicológico a pessoa
que passou pela experiência tende a relembrar como se estivesse revivendo aquele
momento e os estímulos externos daquela lembrança podem desencadear fobias,
depressão e ataques de pânico.
Neste caso, o professor Colás descreve como funcionaria uma sessão de
hipnoterapia:
“Posso colocar a pessoa em transe hipnótico. Fazê-la se imaginar no cinema vendo
a um filme e segurando um controle remoto e torno a minha voz uma ligação de
segurança. Para que ela saiba que está segura. Quando isso acontece peço que
ela ligue a tela e assista ao momento mais traumático da situação. Ela está
dissociada, não está vivendo a situação só assistindo. Ela não revive a experiência
como se estivesse acontecendo, ela rebobina, passa em branco e preto, passa
acelerado, passa de trás para frente. Quando isso é feito várias vezes, ela está
inconscientemente aprendendo que aquilo foi ruim mas ficou no passado. Quando
ela retorna, eu consigo colocar aquela experiência em outro tempo e se torna algo
do passado. A imagem perde a força emocional que tinha, isso é chamado de
dessensibilização sistemática”.

Perigos da Hipnose
Apesar de parecer um procedimento simples e divertido em shows, a hipnose pode
ser perigosa.

“Tudo que você vê no palco é verdade, mas não é terapêutico e é perigoso”Osmar Ribeiro Colás, obstetra, professor da Unifesp e presidente da Associação Brasileira de Hipnose.

Para os especialistas, a hipnose indevidamente utilizada pode mobilizar emoções e
memórias que se encontram protegidas pelo inconsciente como questões ligadas a
segredos familiares, problemas de identidade. “Há o risco de desencadear
experiências emocionais desorganizadoras, trazendo sérios problemas a pessoas
que, por exemplo, possuam alguma situação de sofrimento, como depressão,
problemas dissociativos, fobias, traumas mal resolvidos e, principalmente,
psicoses.”

Autor: Bia Souza

Fonte:https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2017/05/03/todo-mundo-e-hipnotizavel-e-facil-hipnotizar-cientistas-explicam.htm

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Hipnose pode curar traumas, mas profissional deve ser escolhido com cautela

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A palavra hipnose vem acompanhada de muita fantasia. Você pode imaginar um mágico fazendo alguém imitar galinhas, pode lembrar de pessoas que ficam nas ruas oferecendo hipnose com um pêndulo…

Mas, quando o assunto é saúde, a técnica não é nada disso. A hipnose é séria, um recurso médico que ajuda a acessar informações inconscientes e descobrir determinados temas que estão reprimidos e o paciente não consegue se lembrar sozinho e, por isso, precisam de uma mãozinha.

Tem alguma dúvida sobre a saúde do seu corpo? Mande sua pergunta para o e-mail pergunteaovivabem@uol.com.br que nós encontraremos os melhores especialistas para respondê-la.

O método não é individual –ou seja, deve ser feito paralelamente a idas ao psicólogo e psiquiatra– e serve como instrumento de apoio ao tratamento. Por exemplo, você vai ao psiquiatra e uma história não vem à tona. Se sentir necessidade, o médico, então, recomenda a hipnose pontualmente para esta história e usa os resultados para continuar o tratamento.

O CFM (Conselho Federal de Medicina) especifica que a técnica pode ser utilizada para condições psicossomáticas, liberação de memórias reprimidas, alívio de dor, controle de hábitos (como tabagismo) e para amenizar ansiedade, estresse ou depressão.

E não é qualquer pessoa que pode praticar, não basta ter um curso de hipnose e não ser formado previamente em específicas áreas da saúde. De acordo com o Conselho, a hipnose deve ser “executada por médicos, odontólogos [para dor] e psicólogos, em suas estritas áreas de atuação”. O profissional precisa ter uma base sobre como o cérebro funciona para não desencadear complicações e administrar as consequências da hipnose.

Por exemplo, imagine reviver uma cena trágica como um abuso na infância. Quando o paciente volta a si, precisará de suporte psicológico. Ou, então, quem tem epilepsia pode ficar suscetível a crises durante o procedimento e quem está aplicando a hipnose precisa saber como reagir. Portanto, tenha cuidado na escolha do profissional, já que há muitos no mercado prometendo curas rápidas e pontuais para problemas graves. Hipnose não faz milagres e é assunto sério.

Como entrar em ‘transe’?

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Imagem: iStock

Durante o procedimento, o ideal é baixar o nível de consciência e ficar em um estado entre o acordado e o dormindo, de acordo com Marco Antônio Brasil, chefe do serviço de psiquiatria e psicologia médica do hospital universitário Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro.

Várias técnicas podem ser usadas para isso e a mais frequente é a de deixar o ambiente aconchegante, fechar os olhos, respirar fundo e ouvir o médico falar: “Foque só na minha voz”.

Ao ser guiado ao estado de hipnose, o paciente sente uma sonolência, os níveis dos hormônios de estresse caem e há o desligamento de radares cerebrais que funcionam quando estamos acordados e em plena consciência. Para decifrar a sensação, pense no sentimento de quando você entra no ônibus e começa a “viajar na maionese”, vendo o trânsito, a chuva, os carros passando e, quando nota, já passou seu ponto. Você desliga acordado.

Nesse estado, o paciente passa a confiar quase que incondicionalmente no médico e fica mais aberto a sugestões, mais sujeito a ser influenciado. Masnão precisa ter medo, achando que obedecerá cegamente quem está ao seu lado. “A pessoa está ciente do que acontece, ela tem uma diminuição do senso crítico, mas ele funciona. Por exemplo, se estou em hipnose e meu médico desmaia, corro para socorrê-lo”, diz Osmar Colas, coordenador do grupo de estudos de hipnose da Unifesp, em São Paulo.

O profissional usa a sensibilidade da situação para modular os temas e criar respostas corporais. Se estiver analisando seus hábitos alimentares, por exemplo, ele pode pedir para você pensar em um brigadeiro. Você tem respostas psicológicas, uma memória narrativa (a imagem do doce) e emocional (se gosta ou não), e ainda respostas físicas, como estímulo da saliva. Investigando as reações, o profissional compreenderá melhor o quadro e, assim, poderá ajudar o paciente a superar a compulsão.

Autor: Maria Júlia Marques

fonte: https://vivabem.uol.com.br/noticias/redacao/2017/10/18/a-hipnose-pode-ajudar-minha-saude-ou-e-so-um-truque-em-shows-de-magica.htm

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