Hipnose é usada como terapia alternativa e livre de medicamentos

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Hipnose é usada como terapia alternativa e livre de medicamentos

Técnica pode ser uma grande aliada no tratamento de medos, traumas e dores físicas

Nada de turbantes, pêndulos ou ilusionismo. A técnica disseminada pelo austríaco Sigmund Freud, no fim do século 19, já passou por espetáculos comandados por mágicos e palcos de circo, mas, nos últimos anos, voltou a ser seriamente empregada na área para a qual foi desenvolvida: a psicoterapia.
Reconhecida pela Sociedade Brasileira de Medicina Alternativa, a hipnose tem efeitos comprovados em tratamentos dos mais variados traumas e dores.
“Agimos em pacientes com angústias psicológicas e até dores físicas. É uma ciência, como os medicamentos químicos. Porém, muito mais saudável, porque usamos propriedades naturais do cérebro para causar esse resultado”, afirma o hipnólogo clínico, especialista em dor do Hospital das Clínicas de São Paulo, Fabio Puentes.
Segundo o psicoterapeuta Evandro Duarte, da Clínica da Hipnose de Santos, o maior trunfo da hipnoterapia é alcançar o inconsciente, normalmente inacessível. “Às vezes, a pessoa nem sabe explicar o trauma armazenado em algum ponto da mente. Com o paciente em transe, conseguimos acessar esse local e encontrar o problema”.


O que trata
A principal indicação da hipnose é no tratamento de ansiedade, depressão, estresse e síndrome do pânico.
“No transe somos capazes de entender o que causa aquela agitação ou desconforto. É como se adormecêssemos o consciente e despertássemos o inconsciente. Nesse estado, trazemos à tona memórias e sentimentos que, muitas vezes, não conseguiam ser tratados pelo consciente”, explica Duarte.
Em relação ao físico, Fábio Puentes afirma que qualquer dor pode ser anulada ou minimizada. “Muitas dores são fruto de somatização, ou de uma carga muito grande sobre aquele órgão. Como a hipnose atua no setor do cérebro responsável pela dopamina (que controla uma espécie de anestésico natural), conseguimos liberar essa sensação de alívio para o problema”.
O profissional afirma, porém, que doenças devem continuar sendo acompanhadas pelos respectivos especialistas. “Não podemos curar câncer, por exemplo. Não é assim que funciona. Podemos minimizar as dores causadas por ele, ou os efeitos colaterais da quimioterapia. O paciente jamais pode abandonar o tratamento, porque a dor está ali justamente dando um alerta de que algo está errado”.

Idade
Segundo Duarte, não existe uma idade específica para o paciente da hipnose. “O ideal, no entanto, é que haja um mínimo de foco no que estamos dizendo. Crianças normalmente são dispersas, por isso que menores de seis anos talvez tenham certa dificuldade de se concentrar”.
Para Puentes, a questão é encontrar uma forma de cativar o pequeno paciente. “Um caso que me lembro bem é de uma criança de cinco anos com leucemia. A quimioterapia lhe causava um sofrimento muito grande, por isso tentamos com a hipnose. Fizemos o menino acreditar que ele era um Power Ranger e que teria forças para suportar qualquer coisa. Foi assim que ele terminou o tratamento”.

Fins diversos
Procura-se a hipnose pela superação de algum trauma ou em busca de alívio. No caso da advogada Gabriella Vitucci Mello, de 27 anos, as sessões de hipnose ajudaram a encarar uma consulta odontológica.

“Por ser alérgica a remédios, sempre busquei terapias alternativas. Em 2010, já fazendo hipnose para tratar o estresse, teria de passar por um procedimento dentário. E fiquei muito tensa, porque não poderia usar anestesia. Foi quando minha terapeuta sugeriu”.
Por semanas, antes de enfrentar a cadeira do dentista, Gabriella recebia uma sessão de hipnose e era acompanhada, ainda em transe, por um parente até o consultório odontológico.
“Eu lembro de tudo, só me sentia muito sonolenta. E fazia questão de manter assim, porque era mais fácil tratar. Não é como se a dor sumisse completamente, mas dava uma sensação de dormência, e o procedimento ficava suportável”.
Tempos depois, voltou a usar a hipnose a fim de concentrar-se para estudar. “Ia prestar a prova da OAB e estudava o dia todo. Em determinado horário, estava desgastada e não conseguia mais me dedicar. Quando passava pela hipnose, aquela hora de transe me dava uma sensação de descanso profundo e acordava com as energias renovadas. Tenho certeza de que isso me ajudou muito na aprovação”.

Transe
“No transe, somos capazes de entender o que causa aquela agitação ou desconforto. É
como se adormecêssemos o consciente e despertássemos o inconsciente. Nesse
estado, trazemos à tona memórias e sentimos que, muitas vezes, não conseguiam ser
tratados pelo consciente”, explica o psicoterapeuta Evandro Duarte.

Ícone
Desde os 11 anos “hipnotizando pessoas, animais domésticos e selvagens de diferentes
espécies” (de acordo como site oficial), o uruguaio Fabio Puentes trabalha atualmente
no Instituto de Neurologia e Cirurgia de Trauma do Hospital de Clínicas FMUSP e
realiza cursos e palestras. Especialista em medo e dor, trabalha,
principalmente, com claustrofobia, amnésia por impacto, dor em membro fantasma, entre
outros. Na última terça-feira, o hipnólogo esteve na Universidade Santa Cecília
(Unisanta) para a Jornada Específica de Fisioterapia e, segundo a instituição, inicia as
tratativas para uma parceria num curso Lato Senso em Hipnose Clínica.

Como funciona
Puentes conta que a hipnose atua no Giro Anterior do Cíngulo (GAC), aglomerado de
fibras no cérebro que faz a comunicação entre o sistema límbico (controle emocional) e o
córtex (controle racional). “O GAC é onde se encontra a maior quantidade de neurônios
dopaminérgicos,responsáveis, entre outras coisas, pelas emoções e memórias.
Neles,temos à disposição a endorfina, hormônio que causa a sensação analgésica”.
Em outras palavras, o hipnólogo tem acesso à fonte de anestesia natural do corpo. E libera
de acordo coma necessidade. “É como uma bomba de morfina, só que completamente natural e saudável, sem efeitos colaterais”.

Por esse motivo, a hipnose tem sido implementada em grandes hospitais, paralelamente aos tratamentos. “Realizamos a sessão
conforme prescrição do médico. É uma forma de tratamento paralelo aos medicamentos”.

Autor: Isabel Franson

fonte: http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/saude/hipnose-e-usada-como-terapia-alternativa-e-livre-de-medicamentos/?cHash=be2583b0ee73f3e23b89c878975d2e33

Paz com todos.

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